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Assassinato de médicos no Rio de Janeiro consterna Brasil

Duas linhas de investigação foram destacadas ontem na imprensa, o fato de um dos médicos ter parentesco com deputada do Psol de São Paulo

O secretário estadual de Polícia Civil do Rio de Janeiro, José Renato Torres (foto), afirmou que o homicídio de três médicos nesta quinta-feira (5), na capital fluminense, não ficará impune. Segundo ele, todas as equipes da corporação estão à disposição do Departamento de Homicídios para elucidar o crime.

“A Polícia Civil está à disposição do doutor Henrique Damasceno [diretor do Departamento de Homicídios] para que esse crime não fique impune e que a sociedade do Rio de Janeiro e os nossos turistas acreditem nas forças policiais do Rio de Janeiro”, disse o secretário.

Segundo Damasceno, todos os protocolos de investigação de homicídios já estão sendo adotados. “A Polícia Civil está se utilizando de todas as ferramentas possíveis para conseguirmos o máximo de provas o quanto antes para dar a efetiva resposta a esse caso”, afirmou.

O delegado federal Paulo Garrido também afirmou que a Polícia Federal está cooperando com a Polícia Civil desde as primeiras horas após o crime, ocorrido na madrugada desta quinta. “Todos os recursos necessários e materiais que forem julgados necessários, a Polícia Federal está à disposição para colaborar nesse caso.”

Os médicos ortopedistas Marcos de Andrade Corsato, Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida não moram no Rio e estavam na cidade para participar de um congresso internacional de cirurgia ortopédica. Eles foram assassinados quando estavam em um quiosque, na orla da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade, próximo ao hotel onde ocorre o evento.

Um quarto médico ficou ferido e foi internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, que também fica na Barra da Tijuca. A investigação está sendo acompanhada pela 4ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Em nota, o Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) afirma que recebeu com consternação a notícia do falecimento de Marcos de Andrade Corsato, médico assistente dedicado e atuante do grupo de Tornozelo e Pé da instituição, bem como dos ex-residentes Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida.

Linhas da investigação

Um dos três médicos que foram mortos a tiros na madrugada desta quinta-feira, 5, em um quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Outra linha de investigação já levantada é que os médicos teriam sido assassinados por engano, já que um deles se parecia muito com um miliciano que costumava frequentar o mesmo quiosque onde eles foram assassinados.

Repercussão nacional e internacional

Por meio das redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que recebeu com grande tristeza e indignação a notícia da morte dos médicos na orla da Barra da Tijuca. Ele citou que a Polícia Federal está acompanhando o caso.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse ter determinado à Polícia Federal “que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio” em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais. Sâmia é companheira do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ).

O assassinato de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira, 5, repercutiu também na imprensa internacional. O jornal Washington Post e o site da ABC News, ambos dos Estados Unidos, e os jornais Clarín e La Nación, da Argentina, noticiaram o fato com destaque na manhã de ontem.

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