Ativistas Buscam Revitalizar Memória Negra em Campos Históricos do Rio e São Paulo
Redação DM
Publicado em 22 de março de 2025 às 01:01 | Atualizado há 4 semanas
Resgate Histórico na Pequena África
Na última sexta-feira, ativistas e intelectuais se reuniram na região portuária do Rio de Janeiro conhecida como Pequena África, em uma caminhada guiada que destacou a importância dos espaços históricos na luta antirracista. Este evento marcou o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, enfatizando a relevância de locais como o Cais do Valongo e o Largo de São Francisco da Prainha, ambos símbolos incontornáveis da resistência e memória afro-brasileira.
Organizadores do evento reforçaram a necessidade de revisitar esses lugares para evidenciar a história que muitas vezes é silenciada ou contada de forma unilateral. A historiadora Raquel Mattoso, uma das coordenadoras, destacou que essas visitas ajudam a apresentar uma perspectiva alternativa à narrativa histórica oficial do Brasil, promovendo uma maior consciência sobre o passado e as suas implicações no presente.
Ação e Reflexão em São Paulo
Simultaneamente, em São Paulo, um protesto organizado pela Frente Povo Negro Vivo reuniu cerca de 200 pessoas que marcharam em locais emblemáticos como a Assembleia Legislativa e a Secretaria Estadual de Segurança Pública. O ato visou não apenas criticar a violência policial, mas também estimular uma discussão mais ampla sobre a violência estrutural enfrentada pela população negra no Brasil.
Este movimento, que conta com o apoio de mais de 100 entidades, busca pressionar por medidas concretas contra a violência que afeta desproporcionalmente as comunidades negras, particularmente nas periferias. Ramatis Jacino, professor da Universidade Federal do ABC, salientou a necessidade urgente de discutir e enfrentar estas questões para promover uma sociedade mais justa e igualitária.
Reflexões e Caminhos para o Futuro
A campanha ’21 Dias de Ativismo contra o Racismo’ que ocorre anualmente no Brasil, reafirma a importância de ocupar espaços urbanos e promover o diálogo sobre racismo e opressão. Esta iniciativa não só honra a memória das vítimas do apartheid na África do Sul, mas também desafia os brasileiros a refletirem sobre as disparidades raciais ainda vigentes no país e no mundo.
Emily Dornelles Ribeiro, que participou do evento carioca, destacou a importância de ampliar o conhecimento sobre o legado afro-brasileiro como um passo crucial para a construção de uma sociedade mais equitativa. A revitalização da memória histórica, portanto, não é apenas uma questão de justiça social, mas também um pilar essencial para o futuro da nação.