Aumento alarmante de conflitos agrários no Brasil em 2024

Em 2024, o Brasil testemunhou um aumento preocupante na violência relacionada a conflitos por terra e água, conforme revelado no relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT). As disputas por terra cresceram de 1.724 para 1.768, enquanto os conflitos por água elevaram-se de 225 para 266, evidenciando um cenário de intensificação das tensões no campo brasileiro.

Dados alarmantes

O relatório destaca não apenas o número crescente de conflitos, mas também o recorde de 272 ameaças de morte. Essa cifra alarmante ilustra a vulnerabilidade dos trabalhadores rurais, indígenas e outros grupos que enfrentam intimidações por parte de proprietários de terra e poderosos interesses econômicos.

Uma das principais preocupações levantadas pela CPT é o impacto da contaminação por agrotóxicos nas comunidades rurais. Em 2024, foram registradas 276 ocorrências de contaminação, um aumento significativo em relação à média de 24,3 casos anuais entre 2015 e 2023. O Maranhão, novamente, destacou-se como o estado mais afetado, com 228 casos.

Quem são as vítimas?

Os grupos mais atingidos por essa escalada de violência incluem indígenas, posseiros e quilombolas, com os fazendeiros sendo apontados como os principais perpetradores. O relatório indica que 44% das agressões foram cometidas por proprietários de terras, enquanto 15% tiveram envolvimento de empresários e 8% do governo federal.

O cenário de violência agrária é uma questão que transcende simples disputas territoriais. Ele reflete a luta por direitos e a necessidade de proteção para aqueles que dependem da terra para sua sobrevivência. O aumento dos incêndios e do desmatamento, que também foram notados, aponta para um futuro incerto para as comunidades que habitam essas áreas e para o meio ambiente no Brasil.