Ministério das Relações Exteriores (MRE) confirmou nesta quinta-feira, 8, que o embaixador do Brasil na Nicarágua, Breno Souza da Costa, foi expulso do país. A ação ocorreu após a ausência do Brasil nas celebrações dos 45 anos da Revolução Sandinista em Manágua, um evento de importância para o presidente Daniel Ortega.
Em resposta, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva decidiu expulsar a embaixadora da Nicarágua no Brasil, Fulvia Patricia Castro Matu, seguindo o princípio da reciprocidade. A decisão foi tomada em reunião entre o presidente Lula e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Segundo o Itamaraty, Breno da Costa irá deixar a Nicarágua nesta quinta. Já a embaixada nicaraguense em Brasília informou que Fulvia Matu saiu do Brasil ainda na madrugada.
A crise nas relações diplomáticas começou com a ausência de representantes brasileiros nas comemorações de 19 de julho. A expulsão do diplomata brasileiro foi vista como uma retaliação pela falta de presença no evento.
O Itamaraty explicou que a ausência do embaixador foi uma consequência do congelamento das relações diplomáticas, imposto pelo governo brasileiro em resposta à repressão contra a Igreja Católica na Nicarágua, que envolveu a prisão de padres e bispos.
O governo da Nicarágua ainda não se pronunciou oficialmente sobre a expulsão do diplomata brasileiro. A Nicarágua é considerada uma autocracia pelo índice V-DEM, com Daniel Ortega, reeleito em 2021, exercendo um quarto mandato em eleições que foram criticadas por observadores internacionais.