A campanha nacional de vacinação contra a gripe, iniciada em 10 de abril pelo Ministério da Saúde, chega ao fim nesta quarta-feira (31). Inicialmente direcionada a grupos prioritários, como crianças, gestantes e idosos, a imunização foi ampliada para toda a população acima de seis meses de idade em 12 de maio.
Apesar da meta estabelecida pelo ministério de atingir uma cobertura vacinal de 90% do público-alvo, o índice de adesão até o momento está em pouco mais de 40%, de acordo com a plataforma LocalizaSUS.
Mesmo com o encerramento oficial da campanha, o Ministério da Saúde orientou que estados e municípios estendam o calendário de vacinação enquanto houver estoques disponíveis.
A vacinação contra a gripe é crucial para prevenir o desenvolvimento de quadros graves e complicações, incluindo a síndrome respiratória aguda grave que requer internação hospitalar. Os sintomas da gripe podem incluir febre, dor de garganta, tosse, dor no corpo e dor de cabeça. No entanto, a doença pode ser especialmente grave para crianças pequenas, gestantes e idosos.
Desinformação tem prejudicado a busca pela vacina, contribuindo para a hesitação à imunização. Boatos disseminados principalmente pelas redes sociais amplificam mitos de que a vacina pode causar a doença e a falsa crença de que não é necessário se vacinar todos os anos.
É importante esclarecer que a vacina contra o vírus influenza não é capaz de provocar a gripe. As doses são compostas por vírus inativados, portanto, não podem causar a doença. Entre os possíveis efeitos da vacina estão uma sensação de dor no corpo ou febre baixa, que tendem a desaparecer em poucos dias.
A composição da vacina é atualizada anualmente de acordo com as cepas do vírus que estão em circulação, seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Devido às constantes mutações do vírus influenza, é necessário tomar a vacina atualizada todos os anos para manter a proteção.
"Aumentar o número de anticorpos no organismo é essencial. Os vírus sofrem mutações constantes e existem vários tipos de influenza circulando no mundo. Por isso, há uma vigilância global realizada pela Organização Mundial da Saúde para determinar a composição da vacina. Portanto, a vacina muda a cada ano", explica o infectologista e diretor do Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti.
A vacina contra a gripe pode ser administrada simultaneamente com outras vacinas. O Ministério da Saúde recomenda que os municípios aproveitem a oportunidade da visita das pessoas aos postos de saúde para atualizar também a imunização contra a Covid-19 e, se possível, outras vacinas pendentes no calendário de cada indivíduo.
A detecção de anticorpos protetores contra o vírus da gripe ocorre entre duas a três semanas, e geralmente é dura de 6 a 12 meses.