A Polícia Civil de Goiás começou a investigar o desaparecimento da esteticista Juscélia de Jesus Silva, de 32 anos, no dia 14 de fevereiro de 2023. O caso foi transferido para a Delegacia de Homicídios (DIH) dias depois, quando o corpo da vítima foi encontrado.
A titular do GID, delegada Ana Paula Machado, contou à época que os levantamentos iniciais apontaram que Juscélia não havia feito chamada para empresa de aplicativo de transporte, como sustentava o marido, Reginaldo Nunes de Moura, de 43 anos. Inicialmente, o homem chegou a apresentar mensagens supostamente enviadas pela esposa, nas quais ela pedia dinheiro para pagar o transporte. "A empresa negou que a vítima tivesse feito qualquer chamada naquele dia", contou a delegada.
Além disso, as imagens da rua onde o casal morava, no Recanto das Emas, em Goiânia, mostraram que Juscélia não saiu de casa naquela manhã, como sustentava a versão inicial do esposo. Conforme as investigações apontaram, Juscélia já estava morta quando as imagens registraram Reginaldo chegando à residência num carro que tomou emprestado do irmão da vítima e com o qual transportou o corpo até o local da desova. Naquele mesmo dia, o padeiro contatou a família da esposa, alegando que ela estava desaparecida.
O corpo de Juscélia foi encontrado no dia 19 de fevereiro, nu, em estágio avançado de decomposição e envolto em um saco de lixo, na zona rural do município de Abadia de Goiás.
Após a elucidação do caso, foi decretada a prisão preventiva de Reginaldo. O padeiro foi capturado em um quarto de hotel às margens da GO-070, em Goianira. Na ocasião, Reginaldo estava em posse do carro de uma amiga e várias roupas, levantando suspeitas de que tentaria fugir para outra cidade.
Momento da prisão de Reginaldo Nunes de Moura:
Em depoimento ao delegado João Paulo Mendes, da DIH, Reginaldo confessou o crime e disse que matou a mulher após uma briga por conta de um dinheiro proveniente da venda de um carro da família. "Segundo o suspeito, eles queriam dar destinos diferentes ao valor recebido. Ele contou que durante uma briga, a vítima teria caído e batido com a cabeça", explicou o delegado. De acordo com Mendes, o investigado não demonstrou qualquer tipo de arrependimento durante sua oitiva.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) requereu a exumação do cadáver de Juscélia. O laudo de exumação descartou que a esteticista tenha sido envenenada ou morta por meio de espancamento ou luta corporal. A cabeça e tronco do cadáver não apresentaram fraturas, e também não foram encontradas perfurações provocadas por instrumentos cortantes, perfurantes ou contundentes.
Com base nessas informações, o laudo apontou que a causa mais provável da morte de Juscélia de Jesus Silva tenha sido por asfixia. A causa específica pode ter sido sufocamento ou obstrução das vias aéreas, por meio de estrangulamento ou antebraquiocompressão.
Reginaldo Nunes de Moura teve seus pedidos de revogação da prisão preventiva negados pelo Poder Judiciário do Estado de Goiás, o acusado segue preso aguardando audiência de instrução e julgamento marcada para o dia 15 de janeiro de 2023, às 15:30 horas, após a audiência, será decidido se Reginaldo será levado a júri popular.