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Casos de homofobia aumentam 344% em um ano, profissional analisa cenário

Dados começaram a ser levantados em 2019, quando a homofobia se enquadrou no crime de racismo


		Casos de homofobia aumentam 344% em um ano, profissional analisa cenário
Fernando Keller

Foto: David McNew/Getty Images

As delegacias brasileiras registraram um aumento de 344% nos casos de homofobia em 2022 em relação ao número registrado no ano anterior.

De acordo com a Lei de Acesso à Informação, entre junho e 2019 e junho de 2020, houve 161 denúncias deste crime no Brasil. No período entre 2020 e 2021, foram registrados 135 casos, já entre 2021 e 2022, o número chegou a 600.

A contagem começou a ser realizada somente em 2019, que foi o ano em que o Supremo Tribunal Federal (STF) enquadrou a homofobia dentro do crime de racismo, sendo considerado, portanto, um crime imprescritível e inafiançável.

Segundo o levantamento, o número de homicídios por homofobia registrados nas delegacias foi de 25 em 2019, 26 em 2020 e 17 em 2021. Ja em relação às agressões, foram 253 em 2019, 237 em 2020 e 354 em 2021.

De acordo com o historiador e antropólogo Túlio Fernando Mendanha de Oliveira, "muitas correntes de pensamento têm distinções diferentes para tais fatores. Machismo, patriarcalismo e heteronormatividade são alguns dos exemplos a essa construção social a qual pertencemos".

Ao comentar sobre os números, Túlio se espanta com a quantidade de casos e analisa que o aumento das demandas da classe LGBTQIA+ leva ao protesto de grupos conservadores, "sob justificativa de um pretenso passado essencialista: "antigamente não tinha essas coisas", "isso é muito mimimi", "ah mas tudo agora é preconceito" são apenas algumas frases que resumem este raciocínio".

O problema é que, segundo o antropólogo, há sempre quem queira justificar seu preconceito frente às transformações rápidas que acontessem no mundo globalizado, mas que a sociedade precisa e deve aprender a viver com as diferenças.

"Fato é que gostemos, concordemos ou não, e mesmo com tanta violência contrária a estas mudanças caminhamos cada vez mais para uma sociedade onde a diferença entre os indivíduos em toda a sua complexidade vai passar a fazer parte dos cotidianos. Temos que aprender a viver com isso", finaliza Túlio.

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