O corpo da advogada Natália Cobalchini, de 27 anos, foi encontrado nesta segunda-feira (20) em Bento Gonçalves após 20 dias de procura. Ela foi vítima de um dos 104 deslizamentos de terra ocorridos na cidade, a cerca de 120 km de Porto Alegre, devido às chuvas que alagaram e destruíram parte do Rio Grande do Sul.
Bombeiros de Roraima localizaram o corpo da jovem preso a galhos na beira de um riacho a dois quilômetros de distância do local em que estava no momento do desmoronamento.
Os pais de Natália, Artêmio, 72, e Ivonete, 64, estavam na mesma casa e também morreram. Eles foram encontrados em 3 de maio, dois dias depois do incidente.
As chuvas que atingem o estado desde o fim de abril já deixaram mais de 160 mortos e afetaram 2,1 milhões de pessoas.
Em entrevista à Folha de S.Paulo no último sábado (18), Marina Cobalchini, 43, irmã de Natália, havia afirmado que estava angustiada com o fato de a caçula da família ainda não ter sido encontrada.
Ela contou que Natália havia se formado em direito havia dois anos e tinha realizado o sonho de conhecer Nova York 15 dias antes do deslizamento.
"Foi a primeira viagem internacional, era um lugar que ela tinha o sonho de conhecer. Tenho certeza que foi uma despedida, porque foi uma viagem maravilhosa que ela fez", afirmou.
Marina descreveu a irmã como "uma menina linda, sonhadora, extremamente vaidosa, uma pessoa feliz, de muitos amigos, estudiosa". "Ela tinha um futuro lindo pela frente. Era muito batalhadora, muito esforçada, dedicada."
Marina estava em Salvador no dia da tragédia e seu irmão, Jhonas, 36, também está vivo porque não estava em casa no momento do deslizamento. "De cinco, ficamos dois", lamentou.