Conflito em favela de São Paulo expõe tensões sociais
Redação DM
Publicado em 19 de abril de 2025 às 07:42 | Atualizado há 10 horas
Na última sexta-feira (18), a Favela do Moinho, situada no coração de São Paulo, foi palco de um intenso protesto realizado por seus moradores contra ações policiais que ameaçam sua comunidade. A manifestação, caracterizada pela construção de barricadas e pelo bloqueio dos trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), simboliza um clamor por direitos e dignidade em face das políticas de remoção.
Reações da comunidade
Os moradores expressam sua indignação devido à presença da Polícia Militar na entrada da favela, com viaturas estacionadas e cercas de cones. Relatos indicam que os policiais intimidam as famílias com a possibilidade de uma reintegração de posse iminente. Este foi o segundo protesto da semana, demonstrando uma crescente mobilização contra o projeto do governo estadual que prevê a transformação da área em um parque.
Desafios da remoção
A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) justifica a remoção de cerca de 800 famílias da Favela do Moinho como parte de um projeto de “requalificação” da região. Embora promessas de “lares dignos” sejam feitas, muitos moradores temem que suas casas sejam substituídas por imóveis fora do centro, dificultando o acesso a serviços essenciais como creches e empregos.
O protesto levou à interrupção temporária do tráfego na Linha 7-Rubi e na Linha 8-Diamante da CPTM, resultando na mobilização de ônibus para atender os passageiros. A Secretaria de Segurança Pública confirmou a prisão de uma pessoa no local por suspeita de tráfico de drogas, acentuando a complexidade da situação na favela.
Representantes locais e ativistas sociais destacam que a luta por direitos na Favela do Moinho é um reflexo de um problema maior enfrentado por muitas comunidades no Brasil, onde a necessidade de habitação digna é frequentemente desconsiderada em favor de projetos que não contemplam as necessidades da população.