O corpo da adolescente Victória Aragão, de 14 anos, que estava desaparecida, foi encontrado em Galante, Campina Grande (PB), no dia 29 de agosto. No entanto, a polícia confirmou que se tratava da menor apenas semana passada, no dia 5.
Os suspeitos utilizaram fogo ou algum produto químico para tentar dissolver o corpo da vítima, de acordo com a constatação da perícia realizada pelo Núcleo de Medicina e Odontologia Legal de Campina Grande (Numol-CG).
O diretor do Numol-CG, Márcio Leandro, informou que as condições do corpo quando localizado pela polícia era incompatível com a decomposição natural relativa ao curto tempo entre o desaparecimento e a data em que o corpo foi encontrado – o corpo foi identificado pela digital.
“Os membros inferiores do corpo estavam bem mais preservados do que o tórax, que apresentava sinais de desgaste e pode ter relação com algum conteúdo químico ou com fogo, porque os órgãos já estavam dissolvidos. Pelo estado em que o corpo estava, com certeza houve algum agente externo na prática do delito”. Márcio Leandro
O corpo de Victória ainda é aguardado pela família no Numol e o inquérito deve ser concluído ainda esta semana, conforme a Polícia Civil.
A motivação e a dinâmica da morte não foram informadas pela polícia.
“Estamos providenciando os trâmites administrativos, a preparação de documentos e cadastro em sistemas, para que seja liberado o mais rápido possível para a família” (Numol-CG).
Entenda o caso:
Segundo a mãe, no sábado, por volta das 19h, Victória saiu de sua residência vestindo saia jeans, cropped azul e um casaco. Ela falou que iria encontrar suas amigas na praça do distrito.
Mais tarde, por volta das 21h, acredita-se que a adolescente tenha enviado uma mensagem ao seu avô expressando sentimentos de aversão em relação a cidade em que residia, declarando sua intenção em seguir para Campina Grande. A família fez um boletim de ocorrência pelo desaparecimento de Victória na madrugada do domingo, 27.
De acordo com a mãe, a adolescente enfrentava depressão e ansiedade, passava por tratamento médico e utilizava medicações para essas condições.
Em uma região da mata no distrito, terça-feira, 29, foi localizado um corpo em estado avançado de decomposição. Sem a realização de exames, não foi possível determinar o sexo ou idade da vítima. A única pista era a presença de um anel preto em uma das mãos.
Após investigação, a Polícia Civil confirmou, na terça-feira, 5, que o corpo pertencia à Victória.
A avó, Sônia Dias, disse que a adolescente tinha duas amigas próximas que frequentavam sua casa há bastante tempo. Nos último meses, ela observou que pessoas desconhecidas começaram a se aproximar de sua neta sem terem afinidades.
O avô, Geneton Aragão, explicou que notava uma mudança de comportamento na neta. Ele a via mais quieta e, em diversas ocasiões, a ouviu discutindo com outras pessoas e chorando ao telefone. No dia do desaparecimento, ele recebeu a suposta mensagem da neta.
Cristiano Santana, superintendente da Polícia Civil, relatou que a investigação continua.