A CPI das Bets, do Senado, aprovou nesta terça-feira (03) a convocação da influenciadora e apresentadora Virginia Fonseca e do ex-BBB Felipe Prior, além de solicitar relatórios financeiros, incluindo o da advogada Deolane Bezerra.
Na mesma reunião, a comissão ouviu, na condição de convidado, o presidente da Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro), Hazenclever Lopes Cançado, e ainda vai ouvir o empresário João Studart, CEO da Bet Nacional, convocado para o evento.
Entre os 34 requerimentos votados na CPI, a convocação de Virginia Fonseca foi solicitada pela relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), sob argumento de que ela tem utilizado a popularidade para promover empresas de apostas em suas redes sociais.
Em outro requerimento, o senador Izalci Lucas (PL-DF) solicitou a convocação do ex-BBB Felipe Prior como testemunha. Em seu pedido, o senador menciona reportagens que indicam cláusulas no contrato de Prior com a empresa Betsat.
De acordo com Izalci Lucas, o contrato garante ao influenciador uma porcentagem de 15% dos prejuízos de apostadores que se cadastrarem por sua indicação nas redes sociais.
Os senadores também aprovaram a solicitação de relatórios e documentos de inteligência financeira elaborados pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sobre operações atípicas reportadas por instituições financeiras e outros setores. Um dos pedidos foi que fosse fornecido o relatório financeiro da advogada Deolane Bezerra.
Em setembro deste ano, Deolane foi presa em operação da Polícia Civil de Pernambuco, suspeita de envolvimento em apostas ilegais e lavagem de dinheiro.
A CPI também aprovou um requerimento para convidar o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, a prestar esclarecimentos sobre os impactos das apostas. A senadora Soraya Thronicke justificou o pedido destacando que as atividades podem levar ao aumento de crimes como lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsidade ideológica e o exercício ilegal de atividades.
Além dos requerimentos, a CPI também ouviu o presidente da Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro), Hazenclever Lopes Cançado, que explicou o processo de credenciamento de casas de apostas na entidade. Segundo Cançado, o método de autorização de bets adotado pelo governo federal não está de acordo com a legislação.
O presidente da Loterj também defendeu o processo de credenciamento das casas de apostas na entidade estadual. "Nós temos um diálogo constante com a Polícia Federal, com o Coaf, com o Banco Central, discutindo as medidas e trazendo para a Loterj todas as experiências desses órgãos".
"Somos favoráveis ao mercado seguro, ao mercado regulado. Nós não somos favoráveis a qualquer brecha, para qualquer fraude. Somos favoráveis à travas", afirma Cançado.