Crescimento alarmante da população em situação de rua no Brasil

A realidade da população em situação de rua no Brasil está se agravando. Recentemente, dados do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) revelaram que mais de 335 mil brasileiros vivem nas ruas. Este número, que representa um aumento de 0,37% em relação ao final de 2024, expõe a fragilidade das políticas públicas voltadas para essa população vulnerável.

Dados coletados pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) indicam que, entre os cadastrados, a maioria é composta por homens (84%) e que a renda de 81% dessas pessoas não ultrapassa R$ 109 mensais. Isso é apenas 7,18% do salário mínimo atual.

Perfil da população

O levantamento também destaca que 52% das pessoas em situação de rua não concluíram o ensino fundamental, refletindo um ciclo de exclusão social que impede o acesso a melhores oportunidades de emprego e renda. O cenário é ainda mais alarmante entre os jovens, onde 9.933 crianças e adolescentes estão expostos a essa realidade.

Desigualdade regional

A Região Sudeste concentra 63% da população em situação de rua, com destaque para São Paulo, onde cerca de 96 mil pessoas vivem nas ruas. Esse fenômeno não se restringe a grandes centros urbanos; estados menores também enfrentam este desafio. Com um aumento significativo de registros de pessoas em situação de rua em diversas capitais, a situação se torna um tema urgente de discussão política.

Embora o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social tenha retomado ações para melhorar a coleta de dados e a assistência, especialistas apontam que as medidas ainda são insuficientes diante do crescimento constante desse número. O quadro revela um descumprimento das promessas constitucionais de garantia de direitos humanos, levantando questões sobre o compromisso do governo em enfrentar essa crise social.