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Desembargador critica mulheres em audiência sobre assédio no Paraná

O desembargador criticou a defesa como um "discurso feminista desatualizado" e afirmou que as "mulheres é que estão atrás de homens"

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Durante uma audiência na quarta-feira 3, o desembargador Luís César de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná, declarou que as mulheres estão "loucas atrás de homens". Espíndola foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2023 por violência doméstica contra a sua mãe e irmã.

O julgamento desta quarta tratava de um caso de assédio entre um professor e uma aluna adolescente de 12 anos, em Curitiba. Após a fala da advogada da vítima, Espíndola criticou o que chamou de "discurso feminista desatualizado".

"Se vossa excelência sair na rua hoje, quem está assediando, quem está correndo atrás de homens, são as mulheres. Hoje em dia, esta é a realidade, as mulheres estão loucas atrás de homens porque são muito poucos. É só sair à noite, eu não saio muito à noite, mas eu tenho funcionárias, tenho contato com o mundo. A mulherada está louca atrás dos homens", afirmou Espíndola durante a audiência.

O desembargador continuou sua fala afirmando que as mulheres estão "assediando homens, porque não tem homens no Brasil". Ele também mencionou que as mulheres, atualmente, têm "cachorrinhos" como companhia e que estão desesperadas por um companheiro.

Na sequência o desembargador diz que a paquera é uma conduta que sempre existiu, que a atração é uma coisa dos sexos, e completa dizendo que ninguém “está correndo atrás de mulher” porque está “sobrando”.

O vídeo da audiência, que estava disponível na página do YouTube do Tribunal de Justiça do Paraná, foi removido. Mas antes foi registrado e divulgado nas redes sociais, causando grande repercussão e indignação, não somente pelas falas consideradas machistas e misóginas como pelo julgamento em questão, onde se julgava o assédio contra mulher, uma adolescente.

A Ordem dos Advogados do Paraná emitiu uma nota de repúdio às declarações de Espíndola nesta quinta-feira, 4, classificando a posição do desembargador como "discriminatória e de elevado grau de desconhecimento do protocolo de julgamento com perspectiva de gênero".

A OAB ainda destacou que dados do Anuário de Segurança Pública do Paraná relativos a 2022. O levantamento mostrou que 1.013 mulheres fizeram boletins de ocorrência pelo crime naquele ano. Estatisticamente, o Paraná foi o estado com maior número de ocorrências registradas de assédio sexual no Brasil.

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