A investigação que a Polícia Federal (PF) fazia contra a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi impedida por duas decisões do do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). O caso envolve a morte do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira.
O desembargador Ney Bello emitiu duas decisões temporárias: a primeira, em 27 de novembro, interrompendo a investigação contra Marcelo Xavier, ex-presidente da Funai; a segunda, em 19 de dezembro, suspendendo a investigação sobre Alcir Amaral, ex-vice-presidente da Funai.
Marcelo e Alcir, indiciados por homicídio com dolo eventual no inquérito dos assassinatos de Dom e Bruno, tiveram então as investigações sobre seus envolvimentos suspensas em decorrência de duas decisões.
O desembargador Ney Bello, em sua decisão, afirmou que "a obrigação genérica de proteção e cuidado com os servidores de uma fundação pública não é suficiente para responsabilizar criminalmente seu gestor pelos dois crimes de homicídio".
Em 5 de junho de 2022, o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira desapareceram enquanto navegavam no rio Itaquaí em direção a Atalaia do Norte, Amazonas, na área de fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Dom estava coletando informações para um livro-reportagem sobre a Amazônia e contava com a companhia de Bruno, conhecedor da área.
Os restos mortais de ambos foram localizados após dez dias de busca intensa. Exames periciais revelaram que foram mortos a tiros e seus corpos, esquartejados, queimados e enterrados.
Três pescadores foram presos pelo assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira, incluindo Amarildo da Costa Oliveira, que confessou o crime. Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como "Colômbia", foi apontado como mandante e está sob investigação por pesca ilegal e tráfico de drogas.