Brasil

Desigualdade urbana impacta comunidades negras no Brasil

Redação DM

Publicado em 17 de abril de 2025 às 12:48 | Atualizado há 2 dias

A urbanização no Brasil revela uma realidade preocupante: as comunidades negras, que abrangem pessoas pretas e pardas, enfrentam desafios significativos em termos de infraestrutura urbana em comparação com a população branca. Os dados recentes do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ressaltam essa disparidade e suas implicações para a mobilidade e qualidade de vida.

Infraestrutura deficiente

Os resultados do estudo mostram que a população branca, predominantemente, reside em áreas urbanas com melhores condições de infraestrutura. Por exemplo, cerca de 91,3% dos brancos vivem em ruas pavimentadas, enquanto esse número cai para 87% entre os pretos e 86% entre os pardos. Essa diferença reflete não apenas a falta de recursos, mas também a persistência de desigualdades históricas que ainda marcam a sociedade brasileira.

A presença de calçadas adequadas e acessibilidade também varia de forma alarmante. Enquanto 88,2% da população branca tem acesso a calçadas, apenas 79,2% dos pretos e 81% dos pardos podem desfrutar desse benefício. Isso não só limita a mobilidade, mas também agrava a exclusão social.

Consequências sociais

Além das questões de pavimentação e calçadas, os dados revelam que a infraestrutura de transporte é outra área onde a desigualdade se acentua. A presença de pontos de ônibus é mais alta entre a população branca (10,6%) em comparação com apenas 8,2% dos pretos e 7,1% dos pardos. Essa limitação no acesso ao transporte público pode afetar diretamente as oportunidades de emprego e a inclusão social dessas comunidades.

Como destacou Jaison Cervi, gerente de pesquisas do IBGE, a situação é ainda mais crítica nas áreas de favela, onde a maioria da população negra reside. Os dados indicam que 72,9% dos moradores de comunidades são pretos ou pardos, refletindo uma intersecção entre raça e classe que perpetua a desigualdade.

Essas condições urbanísticas não são apenas números em uma pesquisa; elas têm um impacto tangível na qualidade de vida e nas oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional. A luta por uma infraestrutura urbana mais equitativa é, portanto, um dos desafios sociais mais urgentes a serem enfrentados no Brasil.


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