Carlos Wilson Cardozo Ferreira, um estudante universitário de 25 anos, morador de Amambai, foi vítima de racismo durante uma partida de basquete realizada pela Unigran em Dourados, Mato Grosso do Sul, no último dia 15.
Carlos é militar, atua no Corpo de Bombeiros de Amambai e estuda Odontologia na Unigran, além de ser jogador de vôlei profissional e já ter sido contratado por um time em Portugal.
Durante um jogo em uma Olimpíada Universitária, um parceiro de quadra discutiu com um jogador do time adversário, de Agronomia. Carlos foi apartar a briga, para impedir que os dois se agredissem fisicamente, quando o homem do outro grupo o ofendeu: “Sai daqui macaco”.
No dia seguinte, registrou um boletim de ocorrência contra injúria racial na Delegacia de Pronto Atendimento (Depac) de Dourados. O crime está previsto no artigo 2-A da Lei nº 7.716/86 e imputa pena de 2 a 5 anos de reclusão, mais o pagamento de multa.
Resposta da universidade
A Unigran entrou em contato com Carlos solicitando que encaminhasse o Boletim de Ocorrência para apurar os fatos, mas até o momento, não houve nenhuma outra ação por parte da universidade. Em Dourados, existe o Conselho Municipal de Defesa e Desenvolvimento dos Direitos dos Afro-brasileiros (Comagro) que atua no combate ao racismo. A entidade enviou um ofício para a universidade cobrando alguma ação e disseram estar à disposição para ajudar.
No dia 22, a Unigran enviou outro ofício relatando que designou alguns professores para constituírem uma Comissão de Sindicância, que apurará os fatos e tomar providências em seis meses, prazo que pode ser prorrogado.
O deputado estadual Zeca do PT acionou a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul cobrando investigação de ato de injúria racial praticado contra Carlos em uma competição de basquete organizada pela Unigran.