As Forças Armadas, em parceria com as agências e Órgãos de Segurança Pública (OSP), realizaram uma operação bem-sucedida para destruir uma pista de pouso clandestina conhecida como Rangel, utilizada como uma das principais vias de acesso dos garimpeiros ilegais à Terra Indígena Yanomami.
A ação ocorreu na última sexta-feira (21) e tem como objetivo romper o fluxo de apoio logístico aos invasores, colaborando assim com a interrupção da atividade de garimpo ilegal na região.
A pista de pouso Rangel foi identificada no relatório "Yanomami sob ataque", divulgado em 2022 pela Hutukara Associação Yanomami (HAY), que identificou um total de 40 pistas clandestinas utilizadas para transportar pessoas, alimentos e equipamentos usados na extração ilegal de ouro. O frete aéreo é considerado o meio mais caro para acessar os garimpos na floresta, com uma viagem para a pista do Rangel custando cerca de R$ 11 mil à época.
Além da destruição da pista de pouso, a região também tem sido alvo de operações de combate ao garimpo ilegal. No dia 20, 13 garimpeiros foram presos e três embarcações, seis motores, uma motobomba, um alojamento com cantina, um quadriciclo e um acampamento foram destruídos.
Com essas prisões, o número total de garimpeiros presos na Terra Yanomami durante a operação Ágata Fronteira Norte chegou a 50. Essa operação é coordenada entre Órgãos de Segurança Pública, Agências e Forças Armadas.
A Terra Indígena Yanomami, o maior território indígena do Brasil, enfrenta uma grave crise sanitária devido à presença de garimpeiros ilegais. Desde 20 de janeiro, a região está em estado de emergência de saúde pública. Além dos atendimentos em saúde, o governo Federal tem atuado para retirar os garimpeiros do território, contando com agentes do Ibama, Polícia Federal, Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal. Desde junho, o Ministério da Defesa também passou a atuar de forma repressiva contra os invasores.
O território Yanomami tem sido alvo de garimpeiros ilegais há décadas, e a atividade ilegal tem causado impactos significativos na saúde e no meio ambiente. Em 2022, a devastação chegou a 54%, mas as ações empreendidas desde janeiro deste ano têm contribuído para reverter esse cenário.
Além do aumento de doenças na região, a invasão do garimpo predatório tem gerado violência, conflitos armados e devastação ambiental, com desmatamento, poluição de rios devido ao uso de mercúrio e prejuízos para a caça e a pesca, afetando os recursos naturais essenciais para a sobrevivência dos indígenas na floresta.