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Para chegar a Santa Catarina, a fumaça do incêndio na Amazônia e no Pantanal se espalhou por pelo menos dez estados do país até esta terça-feira, 20, pelo sistema de ventos e de norte a sul da América do Sul e carrega umidade. Ele cria o que chamamos de rios voadores.
Mas durante a estação seca, é a fumaça dos incêndios que é transportada por milhares de quilômetros ao longo desses corredores.
A situação vai continuar até o final da semana, uma frente fria entre diferentes regiões do sul e sudeste do país pode virar nessa direção e até levar para o norte – ou seja, para a área afetada. A fumaça ainda deve subir.
Esta rota começa no norte do Brasil com ventos que fluem o ano todo de leste a oeste, do Oceano Atlântico para o continente. Segundo Marcelo Seluchi, Coordenador Geral de Operações e Modelagem do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Desastres Naturais), essa estrada entra na Cordilheira dos Andes, que é como um muro.
Além da localização, as frentes vindas de sul, que transportam humidade, podem até alterar o trajeto da fumaça.
O movimento do vento – e da fumaça – acionará dois avisos. Uma das áreas afetadas é o aquecimento, diz Wagner, da UEA, já que o efeito estufa é causado pela queima de materiais (folhas e madeira, por exemplo) e gases como o monóxido de carbono.
Esse movimento de vento e fumaça é típico dos invernos do país, dizem Wagner e Seluchi. Para ambos, a intensidade dessa fumaça transportada está relacionada ao focos de incêndio
Os incêndios na Amazônia e no Pantanal aumentaram. Na floresta, o número é o pior em duas décadas. No Pantanal, a temporada de incêndios começou mais cedo e os incêndios aumentaram 1.593% entre janeiro e 1º de agosto de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado.
