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Golpe do ingresso da Taylor Swift torna fãs vítimas de crime

Uso de chave pix de email e redes sociais para assediar fãs torna-se filão para criminosos

Imagem ilustrativa da imagem Golpe do ingresso da Taylor Swift torna fãs vítimas de crime

A família da estudante Júlia Marie Silva, 18, de Goiânia, teve uma desagradável surpresa quando tentou comprar ingressos para o show da cantora Taylor Swift: um golpe baseado no Pix.

Tudo começou nas redes, diz Júlia. Ela encontrou no Twitter uma "fã" que desejava vender duas entradas para o espetáculo mais concorrido do ano.

É preciso recapitular: os shows da cantora pop americana se esgotaram em minutos. Tanto os shows regulares quanto as novas datas. Milhões de pessoas tentaram conseguir as entradas.

Júlia foi uma delas. Daí sua fragilidade ao cair no golpe: negociou as entradas de "Alexandra Rogéria da Silva", via rede social. E acreditou que falava com uma fã, como ela. Depois que o pai da garota pagou o valor via Pix, a fã vendedora sumiu do mapa e não mais respondeu Júlia.

"Ela sumiu. Mostrei para minha mãe e ela também acreditou na veracidade. Meu pai foi sempre cético e questionou, mas resolveu 'pagar para ver'", diz Júlia.

Welliton Carlos, pai da vítima, orientou: a chave do Pix era o email [email protected] (frágil para rastreamento e ideal para golpe) e o nome também era pouco comum, além de não ter movimentação significativa ou contas nas redes e rastros na internet. Por fim, o banco receptor era o Mercado Pago, que não conseguiu localizar a golpista.

"Meu pai tentou contestar, mas o banco dele, Bradesco, já tinha repassado o valor para a criminosa. E o Bradesco não conseguiu obrigar o outro banco a fornecer dados concretos do criminoso", diz.

Horas depois, o banco apenas retornou e disse que a conta da golpista não tinha valores. "Status: Falta de saldo na conta do cliente".

A vítima alerta aos demais fãs - como ela - para que não sejam ingênuos: "Não tem como comprar sem garantia. Ainda que você receba no email uma cópia do ingresso, quem garante que a entrada não foi 'vendida' para milhares de pessoas?".

O pai da vítima é servidor público do Procon e alertou a filha: o caso não é administrativo. Mas um crime. Para ele, cabe a Polícia Civil através de ferramentas de investigação, requerimento de quebra de sigilos bancários e questionamento dos bancos investigar o que pode ser um dos maiores golpes do país. Estima-se que mais de 1 milhão de pessoas tenham sido assediadas com o golpe e similares.

O Procon orienta: sites de revenda podem ser úteis em muitos casos - como quando os ingressos estão esgotados. Mas jamais o contato em redes sociais deve ter status de confiável. A compra em mercados paralelos não traz garantia de recebimento do ingresso.

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