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Homem negro é amarrado e agredido por PMs

Rapaz é suspeito de ter roubado três barras de chocolate; imagens mostram policiais o xingando e com o joelho sobre seu pescoço

Reprodução Reprodução

Um homem negro teve os pés amarrados por policiais militares por suspeita de ter roubado três barras de chocolate de um supermercado. Nas imagens, percebe-se que os policiais xingam o homem e o agridem. O caso ocorreu em Tatuapé, zona leste de São Paulo.

O vídeo foi gravado no dia 19 de julho, pela câmera que fica na farda de um policial. Mesmo com as mãos algemadas nas costas e já tendo sido colocado no banco traseiro da viatura, os policiais decidiram removê-lo do veículo. Abriram o porta-malas, o colocaram no chão e começaram a agredi-lo.

No vídeo, um policial coloca o joelho sobre o pescoço do homem. Após isso, um deles afirma que o homem "é um merda, macho pra caralho, vai se foder [sic]".


		Homem negro é amarrado e agredido por PMs
Reprodução. Fernando Keller

Com o rosto pressionado contra o chão, o homem indicou que estava machucado, porém os policiais ignoraram suas queixas. Ordenaram que ele se calasse e afirmaram que o levariam ao hospital. Agarraram-no pela blusa e o colocaram no porta-malas da viatura.

No decorrer da audiência de custódia em 20 de julho, o suspeito relatou que sua face havia sido lesionada devido ao fato de os policiais terem iniciado as agressões com socos direcionados à sua cabeça e região das costelas. Essa versão foi apresentada pela Defensoria Pública no processo.

No processo, há fotos de hematoma no olho e machucados no rosto do homem. Ele relatou à juíza de plantão sobre o incidente de agressão, ao mencionar a técnica conhecida como "pau de arara". A magistrada, que não teve acesso ao vídeo em questão, optou por manter a prisão do homem.

Após a Defensoria Pública obter as imagens, o jovem foi solto na terça-feira (29) por meio de um recurso judicial. A desembargadora Jucimara Esther de Lima, ao revisar o vídeo, reconheceu a ocorrência de abuso policial e determinou a libertação do homem.

A magistrada citou a Constituição Federal, que proíbe expressamente a tortura e qualquer tratamento desumano ou degradante a qualquer indivíduo.

Os policiais afirmaram durante o processo, que o homem resistiu à prisão e dirigiu palavras ofensivas a eles. Alegaram ainda que durante a detenção, ele teria causado uma lesão no dedo de um dos policiais, o que teria sido a razão para a utilização da força.

Embora a Secretaria de Segurança Pública tenha informado sobre a abertura de um inquérito, não se pronunciou sobre as agressões em questão ou sobre a possibilidade de aplicar punições aos agentes responsáveis.

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