O ator Léo Lins, que teve um show cancelado pelo Ministério Público (MP) recentemente nas plataformas digitais, devido às piadas consideradas preconceituosas, como temas sobre escravidão, pessoas com deficiência e demais minorias, agora entrou em outra polêmica que causou repulsa nos internautas.
A polêmica em questão é sobre o caso Nardoni, com o qual o ator faz uma "piada" em uma postagem sobre Isabella Nardoni, criança de 5 anos que foi arremessada da janela do apartamento em que morava com o pai e a madrasta, no sexto andar.
Na publicação, Léo Lins compartilhou uma foto do nascimento do filho mais novo da mãe de Isabella e escreveu: "Só espero que more no térreo". O compartilhamento foi feito em 2020, mas com as polêmicas que envolvem o ator autalmente, o caso veio à tona.
leo lins: “espero que ela more no térreo”
— bia (@lisdexanfetabia) May 17, 2023
pra mãe da isabella nardoni.
a menina que foi jogada do prédio pelo pai e madrasta. pic.twitter.com/CoHEoPgK6z
"As asneiras desprezíveis que ele (só ele) chama de humor", disse uma internauta. "Não é possível que esse cara seja normal da cabeça", comentou outra. "Eu entro nas redes sociais e fico cansada. É tanta coisa ruim que a gente é obrigado a ver que adoece", disse outra no Twitter.
Reitrada de conteúdo da Internet
O especial de comédia do ator, intitulado "Perturbador", foi retirado do YouTube após o Tribunal de Justiça de São Paulo acatar a um pedido do Ministério Público. Em determinado momento do vídeo, o ator diz: "O negro não consegue arrumar emprego, mas na época da escracvidão já nascia empregado e também achava ruim, aí é difícil ajudar".
As falas absurdas geraram indignação entre muitos internautas, enquanto outros ficaram do lado do ator, que alega ter sofrido censura.
"Este processo tem consequências absurdas. [...] A justificativa para remover meu shoe de stand-up ser usada basicamente para remover 95% dos especiais de humor. Fora pedidos, a meu ver, desproporcionais por contar piadas num palco de teatro, igualando uma expressão artística a um ato criminoso", disse.
O que diz a lei?
De acordo com a Lei 14.532/2023, injuriar alguém, ofendendo-lhe q dignidade ou o decorou em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional pode resultar em uma pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa. No artigo 20-A, sugere-se que os crimes previstos nesta Lei terão as penas aumentadas em um terço, até a metade, quando ocorrerem em contexto com o intuito de descontração, diversão ou recreação.
Portanto é importante salientar que fazer piadas de humor ácido com negros, pessoas com deficiências e demais minorias não é liberdade de expressão, é crime previsto em lei. E quem a pratica está sujeito a cumprir a pena ao seu rigor. Aos olhos da Lei, não é censura, é crime.