O céu de Goiânia amanheceu coberto por uma névoa cinza e com um forte odor de fumaça neste domingo, 25. Esse fenômeno é causado pela propagação da fumaça proveniente das queimadas na Amazônia, que se desloca pelos rios voadores da região. Ao alcançar diferentes partes do Brasil, essa fumaça se junta às queimadas no Cerrado, formando um corredor de poluição que afeta a qualidade do ar.
A fumaça, que já atinge áreas do Sul e Sudeste, tem origem na queima da vegetação em áreas da Amazônia e do Cerrado. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam 5.454 focos de incêndio no estado do Amazonas até o dia 20 de agosto, representando um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 2.331 focos. Um aumento de 233%.
Imagens de satélite indicam que o sul do Amazonas concentra os principais focos de incêndio. As queimadas começam na região Norte, incluindo estados como Acre e Rondônia, e se espalham pelo Centro-Oeste, atingindo Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Além disso, a Amazônia boliviana também contribui para a emissão de fumaça, devido às queimadas praticadas no país vizinho.
Os rios voadores, que tradicionalmente transportam umidade da Floresta Amazônica para outras regiões do Brasil, levando chuvas ao Centro-Oeste, Sul e Sudeste, agora estão transportando partículas tóxicas de gás carbônico por todo país. O que também resulta em redução da visibilidade e na percepção do cheiro de fumaça em áreas distantes da origem dos incêndios.
A exposição prolongada à fumaça das queimadas pode causar sérios problemas de saúde, especialmente doenças respiratórias. A inalação de material particulado liberado pela queima de biomassa vegetal contribui para a degradação da qualidade do ar e pode agravar condições respiratórias, como asma e bronquite, efeitos semelhantes aos observados em fumantes.
A crise climática, agravada pelas queimadas e pela poluição do ar, é um problema que impacta grande parte do Brasil, com condições atmosféricas adversas que não só deterioram a qualidade do ar, mas também representam riscos à saúde pública. De acordo com o Inpe, esta é a temporada com o maior número de focos de queimadas registrados em 17 anos, uma situação intensificada pela seca que afeta mais de mil municípios brasileiros.
Em São Paulo, até o momento, foram registrados 2.316 focos de incêndio em agosto, o que representa um recorde para o mês. Esse aumento no número de focos levou à mobilização de diversas forças, incluindo as Forças Armadas, para ajudar no combate às chamas e minimizar os impactos das queimadas. De acordo com o monitoramento do Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE) da Defesa Civil, 41 municípios paulistas estão em alerta máximo para queimadas, enquanto 25 cidades enfrentam focos ativos de incêndio, agravados pela intensa onda de calor que atinge todo o estado.
Uma nota emitida pelo Corpo de Bombeiros (CBMGO), informou que no momento não há nenhum incêndio de grandes proporções na região metropolitana da capital, no entanto no sabádo, 24, vários focos de incêndio foram combatidos, isso associado a mudança do clima, devido a frente fria que chegou nesta madrugada, pode ter provocado essa névoa de fumaça que encobriu o céu nesta manhã.
Recomendações para a Saúde
Diante desse cenário, é essencial adotar medidas para proteger a saúde. Especialistas recomendam evitar atividades físicas ao ar livre em dias com altos níveis de fumaça, manter portas e janelas fechadas para impedir a entrada de poluentes e usar máscaras adequadas ao sair de casa. Pessoas com problemas respiratórios crônicos, idosos e crianças devem redobrar os cuidados e procurar orientação médica caso apresentem sintomas de irritação nos olhos, nariz, garganta ou agravamento de condições respiratórias pré-existentes.