A repercussão internacional dada à invasão das sedes dos poderes da República no domingo, 8, é a maior cobertura já realizada na imprensa mundial sobre o Brasil. Nem mesmo vitórias em Copa do Mundo ou a recente morte de Pelé teve tamanho espaço de cobertura nos veículos. Diferente destas coberturas, a coleção de manchetes soa negativa.
Os grandes veículos - como "The New York Times", "Le Monde", "El Pais", "Washington Post" e "The Guardian" - relatam o fato com preocupação, uma vez que a invasão, aos olhos da comunidade internacional, fere o Estado Democrático de Direito.
"Manifestantes protestando contra as eleições no Brasil invadem escritórios do governo", diz o "New York Times" no topo de sua página na internet. O texto cita explicitamente que os manifestantes agem de forma semelhante ao episódio da invasão do Congresso americano e se refere a Jair Bolsonaro como líder dos revoltosos.
O francês "Le Monde" tratou do fato de forma noticiosa: "No Brasil, apoiadores de Bolsonaro invadem Congresso e palácio presidencial, Lula a caminho de Brasília".
"Apoiadores de Bolsonaro invadem congresso, tribunal e gabinete presidencial do Brasil", disse o "Washington Post", que lembrou o fato dos manifestantes terem cometido crimes de destruição de patrimônio público - um quadro do pintor brasileiro Di Cavalcanti, por exemplo, teria sido violado por bolsonaristas.
O "El Pais" também comparou o episódio com a invasão do Capilólio, nos Estados Unidos, há dois anos. "Milhares de apoiadores de Bolsonaro invadem o Congresso, a Presidência e o Supremo Tribunal Federal".
"400 presos na capital enquanto Lula condena 'barbárie' após invasão do Congresso", diz o inglês "The Guardian".
Presidentes
Nos EUA, o fato teve grande repercussão na comunidade política. Deputados pediram a extradição de Jair Bolsonaro, que se encontra em Miami. O presidente Joe Biden foi incisivo na defesa do Estado Democrático de Direito: "Condeno o atentado à democracia e à transferência pacífica de poder no Brasil. As instituições democráticas do Brasil têm todo o nosso apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser abalada. Estou ansioso para continuar a trabalhar com Lula".
Emmanuel Macron, líder da França, falou em apoio incondicional contra os rebeldes: "A vontade do povo brasileiro e as instituições democráticas devem ser respeitadas! O Presidente @LulaOficial pode contar com o apoio incondicional da França".