Brasil

Indígenas exigem ações efetivas para COP30 e criticam violência policial em Brasília

Redação DM

Publicado em 12 de abril de 2025 às 11:40 | Atualizado há 2 semanas

Indígenas que participaram do Acampamento Terra Livre (ATL), a maior manifestação indígena do Brasil, encerraram o evento nesta sexta-feira (11), em Brasília, com uma carta aberta que cobra ações da comissão organizadora da COP30 e critica a atuação da Polícia Legislativa na noite de quinta-feira (10).

“A exploração de combustíveis fósseis impacta diretamente nossos povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e a própria Mãe Terra. A resposta à crise climática exige uma transição energética justa e sustentável”, diz o trecho do documento assinado pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), responsável pela organização do ATL.

A manifestação reuniu cerca de 8.000 pessoas, segundo os organizadores.

Na quinta-feira, o ATL lançou uma proposta de meta climática, conhecida como NDC (sigla em inglês para “contribuição nacional determinada”), que visa estabelecer o corte de emissões de carbono por parte de cada país. O evento contou com a presença de André Corrêa do Lago, embaixador e presidente da COP30, conferência sobre mudanças climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas), que será realizada em Belém, no próximo mês de novembro.

Durante o ato, também foi anunciada a criação da Comissão Internacional dos Povos Indígenas, uma iniciativa que visa garantir uma maior participação dos povos originários na conferência. O grupo contará com a colaboração de países da bacia amazônica, além da Austrália e das ilhas do Pacífico.

“A comissão nasce do acúmulo de lutas coletivas e do compromisso de garantir que, na COP30, os povos originários não estejam apenas à margem, mas no centro do debate climático”, complementa a carta da Apib.

Além disso, o documento expressa críticas à ação da Polícia Legislativa, que utilizou bombas de gás e spray de pimenta contra os indígenas durante uma marcha na Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso Nacional, na noite de quinta-feira. A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL) foi uma das atingidas e relatou ter se sentido mal após o ataque. Antes da divulgação da carta, a parlamentar discursou e atribuiu a agressão a “racismo e violência institucional” por parte do Congresso Nacional.

Em resposta, a presidência do Senado afirmou, por meio de uma nota, que “a dissuasão foi realizada exclusivamente por meios não letais e a ordem foi restabelecida”. A nota ainda destaca que “a Presidência do Congresso Nacional reforça seu respeito aos povos originários e a toda e qualquer forma de manifestação pacífica”, porém ressaltou que “é indispensável que seja respeitada a sede do Congresso Nacional e assegurada a segurança dos servidores, visitantes e parlamentares”.

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