Podcast
Webstories
Facebook
Twitter
E-mail
Linkedin
Telegram
Reprodução/Redes sociais
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga as influencers digiatis Kérollen e Nancy, que são mãe e filha, após denúncias sobre um vídeo em que as duas entregam macaco de pelúcia e bananas para crianças negras. As duas são acusadas de racismo devido à atitude.
O Ministério Público recebeu 690 denúncias e informou, em nota, que os dados foram enviados para a 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital, que irá analisar e tomar providências.
Foi instaurado um inquérito pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Nele, os investigadores irão apurar se houve prática de racismo ou injúria racial por parte das influencers, além de verificar se há infração no Estatuto da Criança e do Adolescente.
A advogada especialista ei direito antidiscriminatório, Fayda Bello, foi quem trouxe o caso à tona após publicar e denunciar os vídeos. A atitude das influencers, segundo ela, é a prática de "racismo recreativo", que é quando alguém utiliza a "discriminação contra pessoas negras com o objetivo de se divertir".
“Para ridicularizar duas crianças negras, para incitar essa discriminação perversa que nos tira o status de pessoa e nos animaliza. Como se fosse piada, mas não é piada não, o nome disso é racismo recreativo, usar da discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão, de descontração, de recreação agora é crime, anjo. Você pode receber uma pena de até quase oito anos de cadeia, qual que eu espero que aconteça”, diz a advogada.
“O racismo recreativo incita a discriminação e tira de nós, pessoas negras, o status de pessoa, nos animaliza e nos desumaniza. Seguirei com a denúncia dentro da lei e me coloco à disposição para esclarecimentos”, finaliza.
Quem são as acusadas?
Kérollen e Nancy possuem contas no YouTube, TikTok e Instagram, que somam mais de 13 milhões de seguidores. Em seus vídeos, são publicados conteúdos como testagem de produtos de beleza, assistencialismo e pegadinhas.
Nos vídeos vídeos polêmicos, elas abordam pessoas na rua, oferecendo dinheiro ou presentes misteriosos. Eles também levam crianças a lojas de brinquedos e afirmam dar tudo o que elas tocam. Em um vídeo, eles oferecem dinheiro ou um beijo em troca de raspar o cabelo. Em outro, eles colocam larvas vivas na boca de um homem.
Há também questionamentos sobre a autenticidade de algumas cenas, como um homem batendo na porta com um bebê, que muitos acreditam ser uma boneca. O vídeo termina com a promessa de entregar R$ 2.000 em dinheiro vivo. O vídeo citado nesta reportagem foi retirado do ar.
