Jornalistas foram vítimas de agressão por manifestantes bolsonaristas durante uma ação de desmonte de acampamento golpista nesta sexta-feira, 6, em Belo Horizonte.
Imagens que circulam na Internet mostram a brutalidade com que uma equipe do jornal "O Tempo" é recebida pelos bolsonaristas. Uma mulher, que usa a bandeira do Brasil em volta do pescoço, derruba o equipamento de filmagem de um profissional no chão. Após isso, outros manifestantes agridem os demais jornalistas que estavam ali presentes.
Um outro jornalista foi jogado no chão durante a briga generalizada.
A presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Alessandra Mello, informou que "lamenta que, em menos de 24 horas, mais de um jornalista tenha sido agredido em frente ao quartel da Raja, onde manifestantes de extrema direita estão acampados há dois meses, incitando o golpe, incitando atitudes contra a democracia. Isso é um absurdo. A gente espera que a Polícia Civil aja de maneira rigorosa para para apurar os envolvidos e punir no rigor da lei. A impunidade é o combustível da violência. Ela tem alimentado diuturnamente do Oiapoque ao Chuí a violência contra os jornalistas. Lamentável mais um caso em um tempo tão curto".
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgou uma nota, na qual afirma estar preocupada com as agressões a jornalistas após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Leia:
"O ano de 2023 já começou com uma onda de violência contra os profissionais da mídia, com o registro de agressões a equipes de reportagem em pelo menos seis estados: Ceará, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e, agora, o segundo caso em Minas Gerais. A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) acompanha com preocupação os recentes ataques a jornalistas por parte dos grupos bolsonaristas que, mesmo depois da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda não se desmobilizaram totalmente no entorno de quartéis do Exército. Os acampamentos bolsonaristas viraram zona de risco para profissionais da imprensa desde o resultado do segundo turno das eleições, quando levantamento conjunto da FENAJ e da Abraji apontaram 70 episódios de agressão contra a categoria no país.Diante do nível de hostilidade dos manifestantes, solicitamos às empresas jornalísticas que pautem a cobertura desses acampamentos somente com a garantia de segurança para seus profissionais.Também orientamos os profissionais agredidos a registrarem boletim de ocorrência. Pedimos, ainda, que as autoridades de segurança pública estaduais reforcem a vigilância em atos antidemocráticos. A FENAJ já enviou ofícios solicitando providências ao Ministério da Justiça e dando ciência dos casos à Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal (Secom). Solicitaremos providências aos governos estaduais e ao Ministério Público Federal".