Mercado financeiro enfrenta desafios após alta da Selic
Redação DM
Publicado em 24 de março de 2025 às 12:13 | Atualizado há 4 semanas
A recente elevação da taxa básica de juros para 14,25% ao ano trouxe repercussões significativas nas expectativas de crescimento econômico e inflação para os próximos anos. Com as novas diretrizes do Banco Central, as previsões do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram ajustadas, refletindo um cenário de incertezas econômicas.
## Expectativas ajustadas
De acordo com o Boletim Focus, a expectativa de crescimento do PIB para 2025 foi reduzida de 1,99% para 1,98%. A manutenção da projeção para 2026 em 1,6% mostra que as instituições financeiras ainda veem um leve otimismo, apesar das dificuldades. Para os anos seguintes, estão previstos crescimentos de 1,9% e 2% em 2027 e 2028, respectivamente.
A inflação, por sua vez, teve uma ligeira redução na previsão para este ano, passando de 5,66% para 5,65%. Entretanto, essa taxa ainda está acima do limite superior da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que visa um controle mais rigoroso da inflação.
## Cenário econômico
As recentes decisões do Banco Central são influenciadas por um contexto global instável e o aumento dos preços de energia e alimentos. Com a inflação crescendo e a economia mostrando sinais de aquecimento, a alta da Selic foi vista como um passo necessário para conter a demanda. O Comitê de Política Monetária (Copom) já sinalizou que pode adotar aumentos mais moderados nas próximas reuniões, mas não descartou a necessidade de ajustes futuros.
A previsão de que a taxa de câmbio se estabilize em torno de R$ 5,95 para o final deste ano também demonstra um certo grau de confiança no manejo da política econômica, embora os desafios permaneçam. A alta nos juros pode impactar diretamente a capacidade de investimento e crescimento das empresas, criando um ciclo de contração econômica que muitos analistas temem.
Diante dessas circunstâncias, o desafio para o Banco Central será balancear a necessidade de controlar a inflação sem comprometer o crescimento econômico. A resposta do mercado a essas medidas será crucial para definir o rumo da economia brasileira nos próximos anos.