Mercado financeiro se adapta às novas taxas de juros e revisa previsões econômicas
Redação DM
Publicado em 24 de março de 2025 às 12:18 | Atualizado há 3 semanas
Com a recente elevação da taxa básica de juros para 14,25% ao ano, o mercado financeiro brasileiro ajustou suas expectativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação. Essa mudança, refletida no Boletim Focus do Banco Central, indica um cenário de cautela em relação à recuperação econômica.
A previsão de crescimento do PIB para 2025 foi reduzida de 1,99% para 1,98%. Para anos subsequentes, as estimativas se mantiveram em 1,6% para 2026 e 1,9% e 2% para 2027 e 2028, respectivamente. Essa desaceleração sugere que os impactos da alta dos juros estão sendo sentidos nas expectativas de investimento e consumo.
Expectativas de inflação
A inflação também foi revisada, com a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ajustada de 5,66% para 5,65% em 2025. Apesar de leve queda, essa cifra ainda está acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3%, com uma margem de tolerância.
Os aumentos consecutivos na taxa Selic têm como objetivo conter uma inflação que continua pressionada pelo alto custo da energia e dos alimentos. O cenário atual exige uma análise cuidadosa das ações do Banco Central, especialmente em um contexto de incertezas econômicas globais.
Impacto nas decisões
As decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) são cruciais para a condução da política econômica brasileira. Embora a alta da Selic seja uma ferramenta importante para combater a inflação, ela também pode esfriar o crescimento econômico, dificultando o acesso ao crédito e, consequentemente, o consumo das famílias.
A próxima reunião do Copom deve trazer novas diretrizes, com a expectativa de uma elevação menos acentuada na Selic. O mercado financeiro, que já se mostrava apreensivo com os efeitos dos juros altos, aguarda com expectativa os resultados dessa política monetária e suas repercussões na economia em geral.