O Ministério da Saúde adquiriu, nesta semana, 9,5 milhões de doses da vacina contra a dengue. A ministra Nísia Trindade também deu início ao funcionamento do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses, com o objetivo de atuar preventivamente.
Nos primeiros oito dias de 2025, foram notificados 10,1 mil casos prováveis de dengue, e 10 óbitos ainda estão sob investigação. A maior parte das ocorrências (61,8%) se concentra na região Sudeste, principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Plano de ação contra a dengue
O Plano de Ação contra a Dengue inclui diversas estratégias para o controle do vetor transmissor da doença, como a implantação de insetos estéreis em aldeias indígenas, a realização de borrifação residual intradomiciliar em áreas de grande circulação, como escolas, creches e asilos, além da implementação de 150 mil estações disseminadoras de larvicidas. Estes produtos químicos visam controlar as larvas dos mosquitos.
Em relação à vacinação, a ministra informou que, até o momento, 5,5 milhões de doses já foram distribuídas aos estados e ao Distrito Federal. No entanto, devido à limitação na produção do laboratório fabricante, as vacinas ainda não estão disponíveis em larga escala, sendo a eliminação dos focos do mosquito a principal estratégia de combate.
“Prevenir é sempre melhor do que remediar”
Durante a coletiva, Nísia Trindade destacou a importância das ações de prevenção e reiterou que medidas simples, como dedicar 10 minutos semanais para eliminar focos do mosquito, podem ser adotadas pela população. “Desde o lançamento do Plano de Ação contra a Dengue, definimos eixos estratégicos que priorizam as ações de prevenção. Seguimos a lógica de que ‘prevenir é sempre melhor do que remediar’”, afirmou a ministra.
Além das ações preventivas, é fundamental destacar o papel dos municípios nesse enfrentamento, especialmente pela responsabilidade que têm na limpeza urbana e em outras medidas essenciais de controle. Nesse contexto, reforçamos a importância do trabalho conjunto entre as esferas federal, estadual e municipal para garantir uma resposta eficaz no combate à dengue”, enfatizou.
Mudanças climáticas como fator principal
A ministra apontou que o aumento dos casos de dengue no Brasil é principalmente devido às mudanças climáticas, que causaram chuvas intensas seguidas de períodos de seca extrema. “Em 2024, houve um aumento significativo nos casos de dengue. Esse crescimento não se deve apenas à mudança climática, mas também à circulação de novos sorotipos. No entanto, o principal fator foi o regime de chuvas associado ao aquecimento global”, declarou.
Ela também destacou a natureza global do problema, enfatizando que o país tem trabalhado junto à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e à Organização Mundial de Saúde (OMS) no combate à doença.
Em 2024, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e cerca de 6 mil óbitos, segundo o painel de atualização de casos de arboviroses do Ministério da Saúde.