O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal colha o depoimento do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL-SC), no prazo de 15 dias. A decisão vem após o político conceder uma entrevista ao programa “Direto ao Ponto”, da Jovem Pan News, no dia 13 de janeiro, na qual fez declarações sobre o relacionamento entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, proibidos de manter contato, conforme decisão do STF.
Na entrevista, Jorginho Mello afirmou que Bolsonaro e Valdemar continuam a se comunicar, apesar da proibição imposta pelo Supremo. “Nosso presidente (do PL, Valdemar) conversa muito com o Bolsonaro, que é nosso presidente de honra, né? Espero que daqui a pouco eles possam conversar na mesma sala para se ajudarem ainda mais”, disse o governador, durante a entrevista.
Em sua decisão, Moraes afirmou: “Para que os fatos sejam apurados, determino que a Polícia Federal proceda à oitiva do governador do Estado de Santa Catarina, Jorginho Mello, no prazo de 15 (quinze) dias, para esclarecimentos sobre as suas declarações na entrevista que concedeu ao programa televisivo ‘Direto ao Ponto’, da emissora Jovem Pan News, divulgado no canal da emissora na plataforma YouTube, no dia 13/1/2025.”
A proibição de comunicação entre Bolsonaro e Valdemar foi imposta pelo STF devido à investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. O descumprimento dessa medida cautelar pode resultar em prisão para o ex-presidente. Ambos, Bolsonaro e Valdemar, negam qualquer contato e afirmam nunca ter participado de qualquer tentativa de golpe.
Nota de Valdemar Costa Neto
Em resposta às declarações de Jorginho Mello, Valdemar Costa Neto afirmou, em nota, que “não mantém qualquer contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em respeito absoluto às determinações impostas pelo STF”. O presidente do PL acrescentou: “Qualquer declaração em sentido contrário é fruto de equívoco ou mal-entendido.”
Polêmica em Pomerode
Na última quarta-feira, 15 de janeiro, Jorginho Mello se envolveu em outra polêmica. Durante a inauguração de uma subestação no Vale do Itajaí, o governador fez uma declaração sobre o município de Pomerode, conhecido por sua grande população de origem alemã e por ser a cidade mais alemã do Brasil. Ele afirmou: “Pomerode se destaca pela beleza turística que tem, pelas casas, pela cor da pele das pessoas, pela mistura, pelo que representa para todos nós.” A cidade é composta por aproximadamente 80% de pessoas brancas, de acordo com o último Censo, realizado em 2022.
A fala foi considerada racista por alguns, incluindo o vereador de Florianópolis Leonel Camasão (PSOL), que afirmou estar estudando a possibilidade de acionar a Justiça contra o governador.