
Licínio Leal Barbosa foi uma figura de destaque no cenário acadêmico e jurídico brasileiro, com uma trajetória marcada por contribuições significativas no campo do Direito e da educação. Graduado em Direito pela Universidade Federal de Goiás (UFG) em 1964, ele iniciou sua carreira como advogado e pesquisador, consolidando-se como um dos mais respeitados profissionais da área.
Sua dedicação ao ensino jurídico começou em 1968, quando reingressou na UFG como docente. Ao longo de três décadas, Licínio lecionou tanto no curso de graduação quanto na pós-graduação, contribuindo para a formação de gerações de juristas. Ele foi diretor da Faculdade de Direito da UFG e coordenador do curso de mestrado em Direito, além de editor da revista da faculdade.
Licínio também teve papel fundamental na implantação dos cursos de mestrado em Direito Agrário e Ciências Penais na UFG, consolidando a instituição como um centro de excelência no ensino jurídico.
Sua atuação acadêmica foi reconhecida com títulos como Doutor em Direito Penal, Livre-Docente e Professor Titular, além de ter sido nomeado Professor Emérito pela UFG em 2004.
Além de sua carreira acadêmica, Licínio Leal Barbosa foi um advogado respeitado, conhecido por sua eloquência e conhecimento jurídico. Ele também se destacou como escritor, publicando mais de 20 obras literárias, incluindo artigos e livros em português e francês. Sua produção intelectual abrangeu temas diversos, desde Direito Penal até Direito Agrário, consolidando-o como uma referência na área.
Entre 1997 e 1999, Licínio Leal Barbosa assumiu um papel de destaque no cenário jurídico nacional como presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) do Ministério da Justiça. Durante esse período, ele liderou iniciativas voltadas à reformulação das políticas criminais e penitenciárias do país, buscando aprimorar o sistema de justiça e garantir direitos fundamentais aos presos.
Além de presidir o CNPCP, Licínio também atuou como conselheiro do órgão, contribuindo para a formulação de diretrizes que impactaram o sistema penal brasileiro. Paralelamente, ele continuou sua dedicação ao ensino e à pesquisa, mantendo-se como editor da Revista da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG), onde promoveu a disseminação de conhecimento jurídico de alta qualidade.
Esses anos marcaram um período intenso de atuação em defesa da justiça e do Direito, consolidando Licínio como uma figura central nas discussões sobre políticas criminais e penitenciárias no Brasil. Sua liderança e expertise foram fundamentais para avanços na área, reforçando seu legado como um dos mais respeitados juristas do país.
Na Maçonaria, Licínio teve uma trajetória igualmente notável. Iniciado em 1958, ele alcançou o posto de Grão-Mestre Ad Vitam da Maçonaria em Goiás, sendo reconhecido por sua liderança e contribuições à instituição. Sua dedicação à Maçonaria foi tão significativa que a Grande Loja Maçônica de Goiás decretou luto de cinco dias após seu falecimento.
Licínio Leal Barbosa também foi membro de diversas academias, incluindo a Academia Goiana de Letras Jurídicas, onde ocupou a cadeira n° 21 desde 1989, e a Academia Brasileira de Direito do Trabalho. Em 2009, ele foi empossado na Academia Goiana de Letras, consolidando seu legado como uma figura de destaque na cultura jurídica e literária do estado.
A morte do Mestre Licínio, deixa um vácuo no cenário jurídico e acadêmico. Licínio Leal será lembrado não apenas por suas realizações profissionais, mas também por seu compromisso com a educação, a justiça e a cultura.