Morreu na madrugada deste domingo,26, em casa, de causas naturais, o poeta, memorialista, ensaísta, historiador, escritor, diplomata e membro da Academia Brasileira de Letras(ABL), Alberto da Costa e Silva, aos 92 anos.
Não haverá velório, e o corpo de Alberto será cremado nesta segunda-feira,27. A cerimônia de cremação será apenas para a família. O escritor, era especialista na cultura e na história da África, onde foi embaixador do Brasil por quatro anos, na Nigéria e no Benin.
O trabalho de Alberto da Costa e Silva foi importante para o desenvolvimento de estudos sobre o continente africano. Ao todo, ele foi autor de mais de 40 livros, entre poesia, ensaio, história, infanto-juvenil, memória, antologia, versão e adaptação.
Alberto da Costa e Silva deixou três filhos - Elza Maria, Antonio Francisco e Pedro Miguel – sete netos e uma bisneta. Em 2000, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Ele foi o quarto ocupante da cadeira nº 9, na sucessão de Carlos Chagas Filho.
O diplomata presidiu a ABL nos anos 2002 e 2003. Na academia, ele também ocupou os cargos de secretário-geral, primeiro-secretário e diretor das bibliotecas. Era também Sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Portuguesa da História.
Costa e Silva, teve seu primeiro contato acadêmico com a África através do livro "Os Africanos no Brasil", de Nina Rodrigues, e "Casa Grande" e "Senzala", de Gilberto Freyre.
O poeta, também se formou Doutor Honoris Causa em Letras pela Universidade Obafemi Awolowo (ex-Universidade de Ifé), da Nigéria, em 1986. Por conta de sua carreira acadêmica e seus trabalhos sobre a história africana, em 2014, o diplomata recebeu o Prêmio Camões. E em 2003, o Prêmio Juca Pato.
Em mais de 30 anos de trabalho como diplomata, também atuou em Portugal, Colômbia, Paraguai, Itália, Espanha, entre outros países.
A historiadora Lilia Schwarcz, descreveu Costa e Silva, em seu perfil no Instagram, como "o mais justo, bondoso, ético, erudito, divertido dos seres humanos que pousaram nesse mundo (...) Virou nosso maior africanista num tempo que esse era um continente abandonado pelo Ocidente - tanto na imaginação quanto na realidade".