Movimentos Antirracistas Ocupam Espaços Históricos no Rio de Janeiro e São Paulo
Redação DM
Publicado em 22 de março de 2025 às 01:51 | Atualizado há 4 semanas
A importância de revisitar a história
Na última sexta-feira, a Pequena África, situada na zona portuária do Rio de Janeiro, foi palco de uma série de eventos promovidos por ativistas e grupos antirracistas. Os atos ocorreram em comemoração ao Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, uma data que evoca a memória do massacre de Sharpeville, ocorrido na África do Sul em 1960.
Resgatando memórias no Rio de Janeiro
O evento incluiu um passeio guiado pelo histórico Cais do Valongo, local reconhecido como patrimônio mundial pela Unesco. O sítio arqueológico serviu como o principal porto de chegada de africanos escravizados nas Américas. De acordo com a historiadora Raquel Mattoso, a iniciativa busca recontar a história a partir de diferentes perspectivas, destacando a narrativa afro-brasileira frequentemente esquecida.
Emily Dornelles Ribeiro, pesquisadora sobre políticas públicas aplicadas ao Valongo, destacou a necessidade urgente de expandir o conhecimento sobre o legado afro-brasileiro. “Compreender nossa história é crucial para fortalecer a luta antirracista”, afirmou.
São Paulo e a mobilização contra a violência policial
Enquanto isso, em São Paulo, cerca de 200 pessoas participaram de um ato organizado pela Frente Povo Negro Vivo. A manifestação percorreu importantes pontos da cidade, como a Assembleia Legislativa e a Secretaria Estadual de Segurança Pública, criticando a violência policial e exigindo ações mais contundentes do governo estadual.
Para Ramatis Jacino, professor da Universidade Federal do ABC, a união dos grupos é fundamental para colocar em pauta a violência sofrida pela população negra, destacando os abusos policiais nas periferias. “Esses eventos são essenciais para unir forças e pressionar por mudanças estruturais na sociedade”, disse.
Continuando a luta
A campanha “21 Dias de Ativismo contra o Racismo” no Brasil tem fortalecido iniciativas em vários estados e até em outros países, sinalizando que a luta por justiça social e igualdade racial não reconhece fronteiras. Este movimento crescente visa não apenas lembrar o passado, mas também construir um futuro mais inclusivo e equitativo para todos.