Em Porto Alegre, uma mulher de 42 anos foi presa suspeita de premeditar, atrair e assassinar uma grávida para ficar com o bebê. Paula Janaína Ferreira Melo, a vítima, de 25 anos, morreu na noite da última segunda-feira, 14, segundo a Polícia Civil do estado.
A suspeita teria retirado o bebê após o assassinato da mãe e forjado o próprio parto. A própria equipe do SAMU, durante o primeiro atendimento, não suspeitou da cena armada.
Detalhamento do crime
Como apontaram as investigações da Polícia Civil, Paula foi atraída pela suspeita até seu apartamento, no Bairro Quintana, com a promessa de receber roupas e carrinho para o bebê.
Após assassinar Paula , a mulher retirou o bebê, enrolou a corpo da vítima em cobertores e limpou a cena.
O próximo passo foi armar um falso parto. Com o bebê entre as pernas e suja de sangue, a mulher pediu ajuda aos vizinhos. Estes chamaram o SAMU para atendê-la. O bebê não resistiu à agressão.
"Foi uma situação que causou choque até nos peritos mais experientes", afirmou a delegada Graziela Zanelli, responsável pelas investigações.
A resolução
O desaparecimento de Paula começou a ser investigado entre as noites de segunda e terça-feira, 15, depois que sua família percebeu sua falta.
Ao mesmo tempo, a mulher suspeita foi levada pelo SAMU para o Hospital da Conceição. Ela se recusou a fazer exames, até ser convencida pelos médicos. Os resultados apontaram que ela não podia ser mãe, o que levou a equipe hospitalar a chamar a polícia.
Após descobrirem o que havia acontecido, os agentes prederam a mulher na madrugada desta quarta-feira, 15.
O corpo de Paula foi encontrado debaixo da cama de um dos quartos do apartamento da suspeita. Ela tinha lesões na cabeça e na barriga, de onde foi retirado o bebê. Uma faca, provavelmente usada no crime, foi apreendida.
Premeditação e ligação do marido da suspeita
A premeditação do assassinato de Paula Janaína foi indicado pela Polícia Civil pelo fato da suspeita conhecer a família da vítima e morar no mesmo condomínio.
Segundo a delegada Graziela, a mulher já havia tentado engravidar algumas vezes, mas nunca conseguiu levar a gestação até o final.
"Ela preparou para a criança nascer no mesmo dia do aniversário dela, 14 de outubro. A princípio, inventou para toda a família e amigos que estava grávida", disse a delegada.
Ela mentiu para sua família, incluindo o marido, de que estaria grávida. Ela teria, inclusive, baixado documentos da internet para dar veracidade à sua mentira.
O marido não estava em casa na noite do crime. Ele trabalha na Região Metropolitana de Porto Alegre e, quando voltou para casa, soube apenas do suposto parto da esposa. O homem não imaginou que havia um corpo dentro do apartamento. Ele foi ouvido e liberado.
A mulher suspeita do assassinato foi levada ao Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp) e já teve a prisão preventiva pedida pela polícia. Ele deverá ser indiciada por homicídio, ocultação de cadáver e aborto.