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O policial militar João Paulo Servato que pisou no pescoço de uma mulher negra durante ocorrência em São Paulo foi condenado pelo Tribunal de Justiça Militar (TJM) de São Paulo nesta terça-feira, 31. O caso ocorreu em maio de 2020, na zona sul da capital paulista.
Em agosto de 2022, o policial foi absolvido pelo pela Justiça Militar do Estado de São Paulo (TJM-SP). Entretanto, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) obteve a reforma da sentença para condená-lo.
Três juízes, sendo um magistrado e dois coronéis, participaram do julgamento e votaram pela condenação de João Paulo e de seu colega no momento da ocorrência. Para o João Paulo, a pena é de 1 ano, 2 meses e 12 dias de reclusão e 1 ano de detenção. Já o colega dele teve a pena determinada em 1 ano, 2 meses e 12 dias de reclusão.
De acordo com o TJM-SP, a pena aplicada aos PMs é o tempo máximo para este tipo de crime, além disso, ele pode ser cumprido em liberdade. Por fim, João Paulo cumprirá a pena em regime aberto.
O caso
A abordagem policial aconteceu em Parelheiros, no extremo sul paulistano, e vídeos mostram quando o PM pisa no pescoço da vítima. A mulher afirmou que a abordagem começou quando um carro com som alto estacionou na porta de um estabelecimento, o que incomodou os vizinhos, que acionaram a polícia.
Quando chegou no local, a PM teria batido no esposo da vítima, que tentou intervir e também foi agredida pelos policiais. Ela precisou ser levada ao hospital e fazer uma cirurgia na perna, que precisou de 16 pontos.
A vida diz que se sente aliviada com a condenação, mas que sua vida não voltou ao normal até hoje.
“Eles precisavam ser punidos porque não foi justo o que aconteceu comigo. Perdi o meu comércio, pois fiquei com medo de abrir. Consegui emprego mas fui mandada embora sem motivo. Quando saiu a absolvição e viram a minha imagem de novo, foi ruim para mim. Minha vida não se normalizou até hoje. Fiquei feliz com a decisão de agora mas sigo assustada, pois não sei se eles ficarão presos", disse.
