
Policiais civis presos durante uma operação da Polícia Federal descreveram Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) assassinado em novembro de 2024, com termos como "mentiroso", "mauricinho" e "psicopata" em seus depoimentos. O caso ganhou repercussão nacional após a divulgação de detalhes sobre o suposto envolvimento dos agentes com o crime organizado.
Marcelo Marques de Souza, conhecido como Bombom, afirmou nunca ter tido contato com Vinícius, referindo-se a ele como "um cara mauricinho lá do bairro". Apesar de receber um salário de R$ 12 mil, Souza é investigado por movimentações financeiras que somam R$ 34 milhões entre 2017 e 2022. Durante buscas em sua residência, foram encontrados cerca de R$ 680 mil em espécie, quantia que ele alegou pertencer a um amigo empresário e à sogra.
Outro investigado, Eduardo Monteiro, que também possui um salário semelhante, foi citado por Vinícius em delação premiada como responsável por intermediar contatos com membros do PCC para "acertos". Monteiro negou as acusações e classificou o delator como "criminoso articulado", além de "mentiroso" e "psicopata".
O delegado Fábio Baena, também citado na delação, foi acusado de solicitar R$ 30 milhões para encerrar uma investigação por homicídio. Em seu depoimento, Baena afirmou ter sido ameaçado por Vinícius e demonstrou preocupação com a segurança de sua família.
Já o policial Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho, foi acusado de roubar relógios de luxo durante uma operação realizada no apartamento de Vinícius. Ele alegou que os relógios eram réplicas, com exceção de um modelo original que teria recebido de presente de um cantor sertanejo, para quem prestava serviços de segurança.
As investigações apontam que os policiais mantinham um padrão de vida incompatível com seus rendimentos, levantando suspeitas de envolvimento em crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e associação com o crime organizado. A Polícia Federal segue apurando o caso para identificar o nível de participação de cada envolvido.