
Dois investigadores da Polícia Civil de São Paulo, Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como "Xixo", e Valmir Pinheiro, apelidado de "Bolsonaro", foram presos preventivamente sob a acusação de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). As investigações apontam que ambos utilizavam celulares introduzidos ilegalmente na prisão para realizar videochamadas com comparsas, orientando-os a ocultar informações comprometedoras em depoimentos.
A prisão dos policiais ocorreu após a Operação Face Off, realizada em setembro do ano anterior, que os indiciou por crimes contra a administração pública, usura, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) afirma que eles teriam recebido cerca de R$ 800 mil em propina para arquivar uma investigação relacionada ao tráfico de drogas.
Na última terça-feira (4/2), foi deflagrada a Operação Video Vocacionis, com o objetivo de apreender os celulares usados pelos policiais. Acredita-se que os aparelhos foram levados ao presídio com o auxílio de familiares dos suspeitos. Paralelamente, um mandado de busca e apreensão foi cumprido contra o delegado Alberto Pereira Matheus Jr., investigado por suposto envolvimento em um esquema de corrupção ligado à morte de Vinícius Gritzbach, delator do PCC.
O nome do delegado surgiu durante as investigações após a identificação de transações financeiras suspeitas envolvendo seus familiares, detectadas em um dos celulares de policiais militares presos por extorquir o delator. Para cumprir os mandados de busca e apreensão, mais de 80 agentes foram mobilizados. O nome da operação, Video Vocacionis, faz referência direta ao uso de videochamadas pelos policiais para se comunicar com seus contatos fora da prisão.