Caso Gritzbach expõe rede de policiais envolvidos com o PCC. A operação deflagrada pela Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo nesta quinta-feira (16/1) revelou a ligação de policiais militares com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e a execução de Vinícius Gritzbach, delator da facção criminosa. Entre os 13 presos estão o tenente Giovanni de Oliveira Garcia e quatro PMs responsáveis pela escolta de Gritzbach no dia de sua morte.
Quem são os PMs presos?
O tenente Giovanni de Oliveira Garcia, apontado como peça central do esquema, escalava policiais para serviços de segurança privada, incluindo a proteção de Gritzbach. Outros policiais presos incluem:
Soldado Adolfo Oliveira Chagas: admitiu ter trabalhado cerca de dez meses na segurança de Gritzbach, mesmo após saber de seus vínculos com o PCC.
Soldado Jefferson Silva Marques de Sousa: atuou como motorista particular para a família do delator por indicação do tenente Giovanni.
Soldado Romarks César Ferreira de Lima: envolvido na escolta de Gritzbach no aeroporto.
Cabo Leandro Ortiz: também fazia parte da equipe de segurança no dia do crime.
Denis Antonio Martins é suspeito de atirar em Gritzbach. (Foto: Reprodução)
O papel de Giovanni Garcia no esquema
Giovanni Garcia, conhecido entre subordinados como “Chefinho”, organizava uma rede de policiais que realizavam bicos ilegais, principalmente como seguranças particulares em regiões nobres de São Paulo. Segundo depoimentos, ele era responsável por intermediar os serviços de segurança para clientes como Gritzbach.
O Portal da Transparência revela que Giovanni recebia cerca de R$ 15.900 líquidos mensais, mas ainda assim comandava atividades paralelas proibidas pela corporação.
Depoimentos revelam detalhes do esquema
Os policiais admitiram em depoimentos à Corregedoria que estavam cientes da ligação de Gritzbach com o PCC, mas justificaram a participação nos serviços devido a dificuldades financeiras. Alguns relataram usar armas da corporação durante as atividades ilegais.
A operação Prodotes
A investigação, iniciada após uma denúncia anônima em março de 2024, revelou que policiais militares vazavam informações sigilosas para proteger integrantes do PCC. Essas ações facilitavam a fuga de criminosos e evitavam prejuízos financeiros à facção.
Na operação, foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão na Grande São Paulo. Entre os alvos estão PMs da ativa e da reserva, além de ex-integrantes da corporação.
Informações estratégicas vazadas por policiais beneficiaram líderes como Marcos Roberto de Almeida, o “Tuta”, e Silvio Luiz Ferreira, conhecido como “Cebola”.
A operação Prodotes, conduzida em colaboração com a Secretaria de Segurança Pública, segue em andamento para identificar outros envolvidos e mandantes do crime.