
A Prefeitura de Goiânia, sob a gestão do prefeito Mabel, anunciou um déficit financeiro que pode ultrapassar a marca de R$ 3 bilhões, motivando o decreto de estado de calamidade financeira. Segundo Mabel, a medida tem um caráter pedagógico ao alertar sobre a gravidade da situação fiscal e buscar a conscientização da população e dos gestores sobre a necessidade de parcimônia nos gastos públicos.
De acordo com a administração municipal, o decreto visa garantir que os governos federal e estadual compreendam a urgência do cenário e ofereçam suporte financeiro de forma mais célere, especialmente em áreas essenciais como a saúde. “A saúde é um direito de todos, e Goiânia se tornou um polo de assistência médica. Pacientes vêm de diversos estados, como Bahia, Tocantins e Rio de Janeiro, em busca de atendimento. Isso sobrecarrega o sistema municipal, que precisa de ajuda dos governos federal e estadual para garantir o atendimento”, afirmou Mabel.
O levantamento preliminar aponta que a maior parte do déficit está concentrada na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), que acumula uma dívida de cerca de R$ 1,6 bilhão. A saúde municipal também enfrenta um rombo significativo, estimado em R$ 500 milhões. Já o Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Municipais (IMAS) apresenta uma dívida aproximada de R$ 250 milhões. Outras secretarias ainda estão fechando seus balanços, o que pode aumentar o valor total das dívidas.
Mabel ressaltou que a prioridade é virar essa página nos próximos seis meses, saindo de um cenário deficitário para um superavitário. Para isso, será necessário um rigoroso controle de despesas e a melhoria na arrecadação das receitas municipais. “Tudo depende de como as receitas se comportarão e da nossa capacidade de controle. Nosso objetivo é estabilizar as finanças e garantir que o município volte a investir na qualidade de vida da população”, explicou o prefeito.
O decreto de calamidade financeira, já publicado, tem validade imediata e permite à Prefeitura tomar medidas emergenciais sem a necessidade de aprovação da Câmara de Vereadores. No entanto, caso seja necessário, a administração se compromete a enviar o tema para apreciação dos parlamentares municipais.
Entre as dívidas mais preocupantes, destacam-se aquelas relacionadas a fornecedores, prestadores de serviços e salários. A folha de pagamento dos servidores, incluindo o salário de dezembro, também está em atraso. Além disso, há pendências com repasses ao Instituto de Previdência dos Servidores Municipais (IPSM) e ao Instituto de Previdência Complementar dos Servidores Municipais (Icope).
“Estamos no início do levantamento desses débitos. Ainda não temos clareza total sobre os valores disponíveis em caixa e como iremos equacionar essas dívidas. Nossa missão é, primeiramente, identificar as prioridades e começar a regularizar a situação gradativamente”, concluiu o prefeito.
A gestão municipal espera que, com o apoio dos governos federal e estadual, seja possível reverter o quadro financeiro crítico, garantindo a continuidade dos serviços essenciais e o pagamento dos salários dos servidores municipais.