O Supremo Tribunal Federal (STF) afastou na madrugada de segunda-feira, 9, por 90 dias o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. Ele é suspeito de ter atuado de forma omissiva na defesa da Ordem Pública no DF, onde estão situados os poderes da República. Constitucionalmente é função do Governo do Distrito Federal a guarda dos Poderes.
O governo do DF recebe anualmente um fundo federal robusto de cerca de R$ 15 bilhões para investir na Capital Federal, inclusive em Segurança Pública. O Governo do DF existe basicamente para isso mesmo: proteger e dar condições para que a União atue no DF. Existem suspeitas de que os atos de vandalismo ocorridos na tarde de domingo, 8, tenham acontecido com a omissão das forças policiais do Distrito Federal.
Mais cedo, o presidente Lula já tinha decretado intervenção nas Forças Policiais do Distrito Federal.
As suspeitas quanto a gestão de Ibaneis têm ainda o agravante do governador ter convidado para comandar a Segurança do DF o ex-ministro bolsonarista Anderson Torres assim que terminou o governo de Jair Bolsonaro.
Quem assume
Assumirá o cargo do político a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP).
Alexandre de Moraes, presidente do STF, diz em sua decisão que o governo de Ibaneis atuou com "descaso e conivência".
O STF diz que o ex-secretário de Ibaneis está sendo investigado de forma separada e que ele "só não foi mais acintoso do que a conduta dolosamente omissiva do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha".
Goiás
Diferente do governador do DF, questionado pelo STF e poder Executivo, integrantes do Governo Federal elogiaram as ações coordenadas pelo governador Ronaldo Caiado, que atuou para impedir e restringir a circulação de criminosos que atuaram em Brasília.
O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) elogiou em público a conduta do governador de Goiás, que, apesar de se recuperar de cirurgia no coração, tem atuado para impedir agravamento da crise.