O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), forneça, no prazo de 24 horas, explicações sobre o muro de alvenaria construído na região da Cracolândia, localizada no centro da capital paulista. A ordem foi emitida nesta quinta-feira (16/1), em resposta a uma ação movida por parlamentares do PSol, que solicitaram a derrubada da estrutura.
O muro, com 40 metros de extensão, foi construído em 2024 para substituir tapumes de metal instalados anteriormente na Rua dos Protestantes, nas proximidades da Estação da Luz. Segundo a Prefeitura de São Paulo, a substituição foi necessária porque os tapumes eram frequentemente destruídos. A administração municipal afirmou que a nova estrutura visa “proteger pessoas em situação de vulnerabilidade”.
No entanto, a construção tem gerado controvérsia. Entidades que atuam na defesa de dependentes químicos criticaram a medida. A ONG Craco Resiste declarou que o muro foi erguido sem aviso prévio, criando uma sensação de confinamento para os frequentadores da região. Além disso, o muro foi instalado em um terreno triangular na Rua General Couto Magalhães, delimitando um dos acessos com grades.
A medida motivou um pedido formal ao STF para que a obra seja analisada. As críticas também apontam para a falta de diálogo da Prefeitura com as entidades que atuam diretamente com a população em situação de rua e com dependentes químicos.