
Uma pesquisa coordenada pela Universidade de São Paulo (USP) revelou que médiuns possuem alterações genéticas específicas, sugerindo uma possível base biológica para a mediunidade. O estudo, publicado no Brazilian Journal of Psychiatry, foi conduzido pelo professor Wagner Farid Gattaz, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP.
Os pesquisadores analisaram 54 médiuns e 53 de seus familiares de primeiro grau sem habilidades mediúnicas, garantindo que todos tivessem contextos semelhantes em aspectos como cultura, nutrição e religião, especialmente ligados à umbanda e ao espiritismo.
Os resultados indicaram cerca de 16 mil variantes genéticas exclusivas nos médiuns, afetando a função de 7.269 genes. Muitas dessas variantes estão associadas ao sistema imunológico e inflamatório, e uma delas se relaciona à glândula pineal, estrutura historicamente vista como um elo entre o cérebro e a consciência.
A seleção dos médiuns foi criteriosa: todos eram reconhecidos pela precisão de suas predições, praticavam a mediunidade ao menos uma vez por semana e não cobravam por suas consultas. A comparação com familiares visou minimizar fatores externos e reforçar a hipótese de que a mediunidade pode ter influência genética.
Embora os resultados apontem uma possível base biológica para essa habilidade, os cientistas alertam que mais pesquisas são necessárias para comprovar essa relação. A descoberta abre caminho para novos estudos sobre o papel dos genes na percepção espiritual e experiências mediúnicas.