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O vereador de Caxias do Sul, Sandro Fantinel, acusado de xenofobia durante discurso na Câmara de Vereadores do município, publicou um vídeo em suas redes sociais na quinta-feira, 2, se desculpando pelas falas que proferiu na terça-feira, 28, nas quais ele alegou que baianos 'só sabem dançar e tocar tambor na praia'.
No vídeo publicado por Fantinel, ele afirma que 'gostaria de reiterar seus sinceros pedidos de desculpas pelas falas', e continua: 'e registro que tenho muito apreço ao povo baiano e a todos do Norte e Nordeste do país'.
"Em um momento de lapso mental, proferi palavras que não representam o que sinto pelo povo da Bahia, do Norte e Nordeste. Somos todos iguais, e registro que estou profundamente arrependido", afirma.
Confira o vídeo:
Após ler o pedido de desculpas, Fantinel larga a folha e, aparentemente emocionado, afirma que sua esposa recebe mensagens de ofensa e pensa em deixá-lo. Além disso, ele diz também que seus pais "choram dia e noite" com as ofensas e que seu filho tem medo de ir à faculdade.
Ele pede que as pessoas cobrem de não da família, que, segundo ele, tem sido atacada nos últimos dias.
"Cobrem de mim, não da minha família. Eles não fizeram nada, se alguém cometeu um erro, fui eu que cometi. Estou extremamente arrependido, eu peço perdão pelo que eu fiz, não estou aqui tentando resolver nada. Se eu pudesse voltar atrás eu não faria mais. Me perdoem todos aqueles que se sentiram ofendidos", finaliza.
Falas xenofóbicas
Na terça-feira, 28, Fantinel criticou o resgate de trabalhadores do nordeste em situação de escravidão em vinícolas gaúchas e pediu para que agricultores da Serra Gaúcha não "não contratem mais aquela gente lá de cima", referindo-se aos trabalhadores baianos. Além disso, ele afirmou "que a única cultura que eles [baianos] têm é viver na praia tocando tambor, era normal que se fosse ter esse tipo de problema”.
Por fim, ele sugeriu que os produtores contratassem argentinos, porque, segundo ele, eles são "são limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a casa limpa e, no dia de ir embora, ainda agradecem o patrão pelo serviço prestado e pelo dinheiro recebido.”
Cerca de 180 pessoas foram resgatadas pela Polícia Federal em conjunto com o Ministério do Trabalho e Emprego. Elas eram mantidas em alojamentos na cidade de Bento Gonçalves, a 41 km de Caxias do Sul. Segundo a PF, eles não recebiam salário e não tinham liberdade para se locomover.
