Em um vídeo que circula nas redes sociais, policiais da cidade de Matelândia no Paraná, aparecem realizando sessões de tortura contra jovens algemados, dentro do Destacamento da Polícia Militar (DPMPR). Nas imagens um dos jovens tem a cabeça coberta por um saco plástico, sendo asfixiado por um dos políciais e chega a receber tapas no rosto enquanto outro polícial pergunta: "gostou do saco?"
Em outra cena, quatro jovem são espancados com cassetete nas pernas e pés enquanto outros policias e funcionários do local riem das vítimas.
Em nota, enviada ao DM, a PMPR informou que na primeira parte do vídeo ocorreu no mês de abril de 2017. Assim que tomaram conhecimento dos atos de tortura contra os jovens, os dois policiais, que estavam envolvidos, responderam ao processo administrativo expulsório e, posteriormente criminais no ano de 2019.
Em junho de 2019, um deles pediu baixa do cargo militar ficando à disposição da justiça, a qual o condenou à três anos e oito meses em abril de 2023. Já o segundo policial que participou das sessões de tortura, recebeu condenação de um ano e seis meses em abril de 2022.
Na segunda parte do vídeo onde parecem os quatro jovens algemados, a Corregedoria teve conhecimento em janeiro de 2024 através dos compartilhamentos nas redes sociais. Embora pertençam a filmagens realizadas também em 2017, nesta nova divulgação, foi identificado um policial militar do serviço que estava ativo, mas que não teve envolvimento no primeiro caso.
A PMPR explica que já tomou as providencias cabíveis e, que o policial já se encontra afastado de suas funções e foi instaurado um inquérito policial para apurar os fatos.
O DM entrou em contato com a PM de Matelândia e por nota fomos informados que o vídeo é real, no entanto, o fato ocorreu há pelo menos cinco anos. Na ocasião dos eventos, os policiais envolvidos, foram expulsos e presos, atualmente cumprem sentença.
Leia nota na íntegra
"A Polícia Militar do Paraná tomou conhecimento de um vídeo que circula nas redes sociais, onde pessoas foram agredidas, supostamente, no Destacamento de Matelândia.
Após análise preliminar da Diretoria de Inteligência, foi constatado que as imagens são de dois vídeos de datas distintas. A primeira parte do vídeo ocorreu no mês de abril de 2017 e a PMPR teve ciência no ano de 2019. Sendo que, os dois envolvidos responderam processo administrativo expulsório e criminais, sob os princípios constitucionais do Devido Processo Legal, da Ampla Defesa e do Contraditório. Sendo que um deles pediu baixa das fileiras da PMPR, em junho de 2019. Após apuração em Inquérito Policial Militar (IPM) e consequente ação penal, foi condenado pelo Poder Judiciário, em sentença transitada em julgado em junho de 2023, à pena de 3 anos, 8 meses e 24 dias de reclusão e perda do cargo público pela prática do crime de tortura (já não era policial militar).
O outro envolvido, respondeu a processo administrativo expulsório em 2019 e foi licenciado a bem da disciplina (expulso) da Corporação. Na esfera criminal, após apuração em Inquérito Policial Militar, foi condenado pelo Poder Judiciário, em sentença transitada em julgado em abril de 2022, à pena de 1 ano, 6 meses e 20 dias de reclusão e perda do cargo público pela prática de tortura (já não era policial militar).
A PMPR teve conhecimento dos fatos constantes na segunda parte do vídeo através das imagens veiculadas nas redes sociais no mês de janeiro de 2024. Após análise da Diretoria de Inteligência, constatou-se que os fatos se deram, provavelmente, em abril de 2017. Sendo que, um dos agressores, bem como, o militar que filmou a ação, são os mesmos envolvidos no primeiro caso e que já não estão na Corporação. Ainda na segunda parte do vídeo, foi identificado um policial militar do serviço ativo, que não teve envolvimento no primeiro caso, sendo determinado de imediato, o seu afastamento das funções operacionais e a instauração de Inquérito Policial Militar para apurar os fatos.
A PMPR reitera seu compromisso inabalável com os direitos humanos, a lei, a ordem e a ética, e repudia veementemente qualquer comportamento contrário a esses princípios. A ação ilegal e isolada de um militar estadual não reflete os valores e o profissionalismo da Corporação, que se dedica diuturnamente à proteção e ao bem-estar da população paranaense."