Uma operação da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) em apoio a Polícia Civil de Sergipe (PC-SE) terminou com a prisão de três suspeitos de fornecer drogas e armas para o estado e outras unidades federativas do nordeste brasileiro. Conforme as informações divulgadas, o grupo movimentava milhões em armamentos e entorpecentes para organizações criminosas de outros estados brasileiro e era liderada por integrantes de uma organização desarticulada durante a Operação Valquíria, em 2013, mas que havia conquistado a liberdade e estavam reestruturando a organização.
De acordo com a Denarc o grupo usava Goiás como base e era comandada pelos irmão Aduilson Góis Oliveira, conhecido como "Galego", e Ademir Góis Oliveira, que atende pelas alcunhas de "Demir" ou "Galeguinho. Com a liderança dos irmãos, que são naturais do Sergipe, o bando cometeu diversos crimes pelo país, envolvendo o tráfico de drogas e o comércio ilícito de armas de fogo.
Durante a operação, os dois foram encontrados e presos em Senador Canedo, na região metropolitana da capital. Além dos irmãos, Lucivaldo Fernandes da Silva também foi preso durante a ação policial. Conforme divulgado pela polícias, Lucivaldo era o responsável pela logística da organização criminosa em Goiás.
Líder da organização que fornecia as drogas e armas conseguiu a liberdade em fevereiro deste ano
Preso e condenado pela Operação Valquíria, a mais de 22 anos de prisão, Ademir conquistou a liberdade no dia 7 de fevereiro de 2019, após conseguir uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello, determinando sua liberdade. Na época, a Procuradoria Geral da República (PGR) foi contra a decisão, e argumentou que a decisão foi monocrática do ministro que o habeas corpus de Ademir sequer deveria ser conhecido conforme prescrito pelo regimento do STF.
Não obstante os problemas que envolvem a liberdade de Ademir, ele é suspeito de matar 13 pessoas em apenas um ano e ter um péssimo comportamento no presídio do Santa Maria, com participação na morte de três presos da unidade prisional no dia 30 de abril de 2018. De acordo com as informações divulgadas pela polícia, após conseguir a liberdade, Ademir fugiu para Sergipe e depois veio para Goiás, onde se juntou ao irmão Aduilson com o intuito de reestruturar a organização criminosa.
Assaltos a banco e carros forte
A força do grupo criminoso chamou atenção das forças policiais. Durante uma operação das Polícias Civil do Maranhão e Pará, um grupo de assaltantes a banco foi preso com uma metralhadora antiaérea ponto 50, entregue pela organização criminosa comandada pelos irmãos de Goiás.
Em outros caso envolvendo armas comercializadas pela quadrilha, ocorreu no dia 20 de novembro do ano passado, quando criminosos de Pernambuco foram presos. Durante a operação, a polícia apreendeu com os suspeitos um fuzil calibre 556, 720 munições, duas pistolas calibre .380, um revólver calibre 38, um bloqueador de sinal GPS e uma grande quantidade de entorpecentes.