O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, encaminhou na última quinta-feira (8/8) uma representação para Procuradoria Geral da República (PGR), na qual pede que Raquel Dodge tome as devidas providências em relação ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.
Moro deixa claro, no documento, que o Ministério Público deve apurar supostos crimes de calúnia, injúria e difamação, que teriam sido cometidos por Santa Cruz.
Em uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, há duas semanas, o presidente da entidade disse que o ministro "banca o chefe de quadrilha" no caso da investigação dos hackers que invadiram seu celular.
"O comentário repercutiu na esfera subjetiva deste subscritor, em seu sentimento e sendo de dignidade e decoro, visto que também sugere uma conduta arbitrária no exercício das relevantes funções de ministro de Estado e Segurança Pública, de ingerência e interferência na Polícia Federal (PF), acarretando também a tipificação nos crimes de injúria e difamação", escreveu Moro.
Além de investigação na PGR, Santa Cruz está envolvida em polêmica com Bolsonaro
Além de problemas com Moro, o presidente da OAB está no centro de uma polêmica com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) . Para o chefe do Executivo, o pai dele, Fernando Santa Cruz, foi morto durante a ditadura pelo chamou de "grupo terrorista" Ação Popular, ao qual ele estaria à época vinculado --fala essa que contraria documentos oficiais da Comissão da Verdade.
Esse caso foi parar no STF e Bolsonaro terá de explicar essas declarações públicas. Não bastasse, a Petrobras cancelou um contrato que tinha com o escritório de advocacia com o presidente da OAB e Bolsonaro disse que ele teria recebido recursos milionários sem serem auditados.