Duas mulheres tiveram os documentos roubados e os dados pessoais são usados por golpistas para fazer compras, em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia.
Somado, o prejuízo delas ultrapassa R$ 30 mil. Os roubos foram registrados na Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO), porém, os criminosos não param de agir.
Em nota, a PC informou que a Delegacia de Trindade apura os crimes. "A investigação visa identificar os autores que utilizam de documentação fraudulenta para os golpes. Todas as medidas legais estão sendo tomadas, inclusive, novos depoimentos das vítimas serão necessários para apurar prejuízo recente", afirma.
Uma das vítimas dos golpes é a bordadeira Lucineide de Fátima Ferreira, de 39 anos, que teve os documentos roubados em 2003, dentro de um terminal de ônibus, em Goiânia. Mas as consequências só começaram a aparecer 13 anos depois, quando ela que não tem salário fixo, começou receber faturas de compras na casa dela em 2016.
"As lojas de eletrodomésticos e cosméticos ficam ligando. Coisa que eu nunca fiz, e a pessoa comprando no meu nome. Todo mês chega fatura. Vai chegando conta que eu não fiz e aí é só aquele transtorno", revela Lucineide.
Número de CPF que está no documento da moto é usado para fazer compras
De acordo com ela, o primeiro boletim de ocorrência sobre o roubo foi registrado na PC em 2016. No ano seguinte, outro boletim foi registrado. As compras são presenciais e ocorrem em Trindade, Goiânia, Brasília e São Paulo.
"Eu registrei as ocorrências. Agora, chegou outra fatura de novo e é valor alto. Já estou num prejuízo de mais de R$ 20 mil", relata a bordadeira. Segundo ela, outro problema é que está impossibilitada de fazer compras. Mas a pessoa que está com os documentos dela consegue comprar.
Outra pessoa que passa pela mesma situação é a técnica em enfermagem Elaine Maria de Faria, de 49 anos, que é vizinha de Lucineide. De acordo com ela, o assalto aconteceu em abril de 2010, na porta de um banco. O documento da moto era o único que estava dentro da bolsa e foi levado.
Por meio do CPF que está no documento do veículo, o golpista consegue fazer compras. Já foram gastos mais de R$ 14 mil. "Quando foi em julho, a pessoa fez uma compra de quase R$ 5 mil. Mas em 2015, ela fez uma de quase R$ 7 mil. Aí em 2018 ela fez mais duas compras", explica.
Elaine afirma que a solução para o problema, mesmo depois de ter registrado boletins de ocorrências, está sendo deixar o nome sujo. "Se eu entrar com o advogado e limpar meu nome, a pessoa compra primeiro que eu. Toda compra que ela faz eu faço a ocorrência, mas não adianta", conclui a técnica em enfermagem.
Com informações do G1