Ney Matogrosso coloca seu “Bloco na Rua”, nova turnê, após cinco anos rodando o país com “Atento aos Sinais”, projeto que passou pelos mais diferentes palcos e arrebatou plateias até no exterior. Em novembro, Ney lançou nas plataformas digitais o álbum e DVD da turnê que desembarca na capital goiana.
A apresentação do novo trabalho será no Centro de Convenções Puc, no dia 6 de dezembro, a partir das 20 horas. Após o lançamento oficial nas plataformas digitais Goiânia é a segunda cidade a receber o espetáculo que estreou no início de 2019 e já é um estrondoso sucesso de público e crítica.
Aos 78 anos, o sul mato-grossense traz para Capital um show com um repertório que foi escolhido no período que excursionava com a turnê anterior. Assim, como nos projetos passado “Bloco na Rua” ganhou os palcos primeiro para só depois ganhar outros formatos.
O novo espetáculo mais uma vez mostra o lado transgressor e ousado de Ney, que optou por um setlist que não tem foco em músicas inéditas, mas em canções consagradas da obra de grandes nomes da MPB, para as quais foram criados novos arranjos. “Não é um show de sucessos meus, mas quis abrir mais para o meu repertório. Dessa vez eu misturei coisas que já gravei com repertório de outras pessoas”, pontua Ney.
O álbum reúne 20 canções do repertório do show e o DVD, gravado em julho deste ano, partiu de uma concepção que o aproxima de um registro cinematográfico.
“O Felipe Nepomuceno, que dirigiu o DVD, teve muita liberdade. O que a gente vê não é a reprodução de um show, apenas, mas uma outra coisa, muito interessante. Tanto que eu fiz para o Felipe e sua equipe gravarem, não para uma plateia. Eles tiveram total liberdade de entrar e filmar como nunca ninguém filmou. O resultado está mais para cinema do que para o registro de um show, o que me agrada muito”, pontua Ney.
Formado por canções em sua maioria lançadas na barra pesada da década de 1970, como o tema de Sergio Sampaio citado no título do espetáculo (de 1972), o repertório ganha unidade no roteiro traçado por Ney Matogrosso, há mais de um ano.
“Nunca fiz discursos politizados nos meus shows, não faço política partidária: as letras das canções dão os seus recados”. Além da já citada “Eu quero é botar meu bloco na rua”, “Jardins da Babilônia”(Rita Lee e Lee Marcucci), “A Maçã”(Paulo Coelho/Marcelo Motta/Raul Seixas), “Álcool (Bolero Filosófico), do DJ Dolores ,“O Beco” (Herbert Vianna/Bi Ribeiro), “Pavão Mysteriozo” (Ednardo) e "Mulher Barriguda”, do primeiro álbum dos Secos e Molhados, de 1973 (Solano Trindade e João Ricardo), estão na seleção.
Chico Buarque, presença constante na discografia de Ney, aparece em dois momentos: como versionista de “Yolanda”, clássico do cubano Pablo Milanés, e em “Tua Cantiga” (parceria com Cristóvão Bastos). Duas canções foram pinçadas do compacto duplo Ney Matogrosso e Fagner, de 1975: “Postal do Amor” (Fagner/Fausto Nilo/Ricardo Bezerra) e "Ponta do Lápis” (Clodô/Rodger Rogerio). De Itamar Assumpção surgem “Já sei” (Alzira Espíndola/Alice Ruiz/Itamar) e “Já que tem que” (Alzira/Itamar). “Como 2 e 2”, de Caetano Veloso, Ney nunca havia cantado; já “Sangue Latino”, sucesso dos Secos e Molhados, ganhou arranjo mais pop.
O figurino é do estilista Lino Villaventura e a banda afiada a mesma que o acompanha Ney Matogrosso há 5 anos: Sacha Amback (direção musical, arranjos e teclados), Marcos Suzano e Felipe Roseno (percussão), Dunga (baixo), Mauricio Negão (guitarra), Aquiles Moraes (trompete) e Everson Moraes (trombone). O espetáculo tem luz criada por Arthur Farinon e Juarez Farinon, e vídeo-cenário de Luiz Stein e Marcus Paulista.
Os ingressos para “Bloco na Rua” podem ser encontrados nos pontos de venda físicos ou pelo site Bilheteria Digital. O espetáculo possui ingresso solidário, que oferece desconto na entrega de 1kg de alimento não perecível no dia do espetáculo.