Das 80 cirurgias de laqueadura que o Hospital Estadual de Urgências de Trindade Walda Ferreira dos Santos (Hutrin) tem capacidade para realizar mensalmente, somente 32 foram feitas no último mês. As pacientes não estão chegando à unidade, que, a partir do segundo semestre deste ano, de fato, tem atendido todo o território goiano. A ociosidade das vagas se dá pela falta de encaminhamento, via regulação, dos municípios. A laqueadura é uma cirurgia que impede que a mulher engravide e é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com os critérios da Lei nº 9.263/96.
As mulheres que têm interesse em realizar a cirurgia de laqueadura devem procurar uma unidade de saúde no município onde residem. Após uma consulta inicial e orientações sobre planejamento familiar, elas serão encaminhadas pela Secretaria Municipal de Saúde, via regulação, para o Hutrin. Na unidade, elas passarão por uma nova consulta para que realizem a cirurgia.
No segundo semestre deste ano, uma nova organização social assumiu a gestão da unidade, ao lado da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Desde então, o Hutrin tem se comportado como um hospital estadual, influenciando todas as regiões de Goiás. Assim, o local mudou o perfil de atendimento, ampliando o escopo de serviços, e expandiu sua capacidade de assistência para além das divisas do município de Trindade, passando a receber pacientes de todos os 246 municípios goianos.
De acordo com o Contrato de Gestão do Hutrin, o hospital deve realizar um número anual de cirurgias eletivas encaminhadas pela regulação estadual, não recusando pacientes encaminhados para atendimentos cirúrgicos de urgência e emergência, conforme os critérios da regionalização e seu papel na rede de saúde. A lista de cirurgias eletivas da unidade conta com procedimentos nas áreas de cirurgia geral, ginecológica e ortopédica.
Além de cirurgias eletivas, o Hutrin também realiza atendimentos de urgência, emergência, obstetrícia (partos) e consultas ambulatoriais (com hora marcada). Apesar de uma área de abrangência que inclui 51 cidades das regiões Central e Centro-Sul do Estado, aquelas que não fazem parte dessa relação podem manifestar interesse de encaminhar pacientes para o Hutrin.
Dessa forma, os gestores municipais devem entrar em contato com a Superintendência do Complexo Regulador em Saúde de Goiás, da SES, para solicitarem os protocolos de regulação para a unidade e a configuração de acesso ao sistema regulador.