O namorado de Fernanda Souza Silva, encontrada morta e enterrada em mata fechada na divisa entre Caldas Novas e Piracanjuba, no final da noite de quarta-feira (19), confessou o crime e declarou que a motivação deste foi porque a vítima teria chamados os filhos dele de "bastardos".
Suspeito foi tomar açaí com a ex após enterrar o corpo
Segundo o delegado Antônio André Santos Júnior, coordenador das investigações, Alan Pereira dos Reis, 22, confessou que horas depois de queimar e enterrar o corpo de Fernanda, ainda esteve em um shopping de Goiânia com a ex-mulher e os filhos.
"Cerca de três, quatro horas depois de voltar do local onde deixou, incendiou e enterrou o corpo, ele buscou a ex e os dois filhos que tem com ela, foi ao shopping. Fizeram compras, compraram brinquedos e tomaram açaí", contou.
A ex-mulher do investigado foi encontrada no final de semana e disse em depoimento a Polícia Civil (PC) que achou estranho o jovem tê-la buscado de carro, já que ele nunca tivera um veículo, e que viu vestígio de sangue.
"Ela disse que lembra de sentir cheiro de sangue no carro e, quando um melão que eles haviam comprado rolou no chão, ficou com pequenas marcas de sangue", completou o delegado, Antônio André, coordenador das investigações.
Também em depoimento, a ex teria dito à corporação que Alan tinha um temperamento violento, mas não relatou agressões físicas.
Desaparecimento
A denúncia do desaparecimento de Fernanda foi realizada pela família e pelo próprio namorado na última sexta feira (14). Segundo o delegado, eles estavam juntos há apenas 20 dias. E conta sobre as contradições nos depoimentos de Alan.
Primeiro depoimento
"No primeiro depoimento ele chegou a dizer que haviam terminado e que teria visto ela com outro homem perto do cemitério. Ele disse que se conheceram em um ônibus que vai de Bela Vista de Goiás a Goiânia. Depois a procurou de casa em casa no bairro que ela disse que morava e eles começaram um relacionamento amoroso", afirmou.
De acordo com o delegado, após a denúncia do desaparecimento da gerente a Polícia Civil de Bela Vista, foi pedido a Alan que não viajasse e permanecesse com o celular ligado.
A fuga
"No sábado (15) ele já não nos atendia. Ele comprou roupa na Região da 44 e pegou um ônibus em direção ao Pará, onde ele tem família. No caminho, em um ônibus no Tocantins, ele foi preso por estar usando um documento falso", explicou.
A investigação
A Polícia Civil encontrou um pedaço de madeira com manchas de sangue e fios de cabelo durante a investigação do desaparecimento da gerente de hipermercado Fernanda Souza Silva de 33 anos, desaparecida há uma semana em Bela Vista de Goiás.
O material foi encontrado na terça-feira (18) na zona rural de Bela Vista de Goiás, Região Metropolitana de Goiânia, onde Fernanda Souza Silva mora, e será analisado mediante amostras de saliva coletadas da mãe e da irmã de Fernanda no Instituto de Criminalística de Goiânia.
Uso de documento falso
Segundo a delegada Cybelle Tristão, o documento foi alterado com a foto dele, mas era de uma outra pessoa que o havia perdido. A corporação ainda investiga como ele conseguiu o documento e sabia as senhas dos cartões da vítima para conseguir usá-los.
A real motivação do crime
A delegada, que é a responsável pela Regional de Aparecida, contou que ainda não está definido o tipo de crime pelo qual ele responderá. As investigações continuam para identificar se ele a matou para ficar com o carro e dinheiro dela, ou se pelo motivo fútil da suposta ofensa aos filhos dele.
Detalhes do crime
O corpo de Fernanda Souza Silva foi encontrado junto com o crachá da empresa onde trabalhava e algumas roupas, e encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para análise. O casal teria discutido antes da gerente ser morta, ainda em Bela Vista da Goiás.
A Polícia Civil disse que o jovem confessou ter matado a gerente na noite do último dia 13 de fevereiro e levado, na mesma noite, o corpo dela para o local em que foi encontrado.
"O corpo que está ali realmente é o da Fernanda. Ele a levou para a zona rural de Bela Vista, deu um mata leão nela, a sufocou. Na hora que ela apagou, ele finalizou com uma paulada", explicou o delegado Antônio André Santos Júnior.
O preso também confessou ter voltado ao local do crime um dia depois. "Ele voltou ao local, cavou cerca de 40 centímetros e enterrou o corpo", disse.
O suspeito também contou em depoimento que cometeu o crime por impulso, que foi um ato não planejado.
"Ele confidenciou que foi tomado por um sentimento de ódio profundo, que o Capeta atentou ele e que cometeu esse ato bárbaro", concluiu o delegado .